quinta-feira, 12 de julho de 2012

Queniano quer rodar 4 mil quilômetros em cadeira de rodas


Zack, como é mais conhecido, é um nome extremamente incomum no Quênia, o que conferiu certo grau de curiosidade e respeito a Kimotho.

Ele era um promissor veterinário queniano especializado em grandes animais, perito em diagnosticar pneumonia em ovelhas e tirar a temperatura de camelos, uma tarefa não muito fácil nem particularmente bela de executar. Porém, tudo teve um fim prematuro certa tarde nos arredores de Nairóbi, quando seu automóvel foi roubado e ele levou um tiro no ombro, ficando paraplégico.


Zack está tentando viajar numa cadeira de rodas de Nairóbi à Cidade do Cabo, África do Sul, uma jornada de quase quatro mil quilômetros, atravessando alguns dos países mais pobres do mundo, buscando arrecadar US$ 3 milhões para um tremendamente necessário centro de reabilitação da medula espinhal no Quênia. Cada vez é maior o número de quenianos cujas colunas foram quebradas em acidentes de micro-ônibus, os quais chegam a matar 20 pessoas por vez, ou são baleadas durante assaltos e terminam paralisadas, sem que exista no país um local dedicado à reabilitação da medula espinhal.

Essa é a causa de Kimotho.
Depois de partir há mais de 20 dias, ele avançou cerca de cem quilômetros. O primeiro par de luvas já se desgastou e os ombros doem. Nesse ritmo, rodando cerca de cinco quilômetros por dia, ele levaria mais de dois anos para chegar até o extremo da África.

No fim de junho, enquanto recuperava o fôlego sob uma sombra, Kimotho falou: "Cara. Alguém tem água?".
A jornada de Kimotho elevou o astral desta terra, onde as pessoas estão ávidas pela história de um "Rocky" local, afastando-se da política étnica e temores do terrorismo que têm dominado as manchetes ultimamente.


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