quinta-feira, 17 de abril de 2014

Mãe inventa equipamento para que o filho deficiente possa andar e muda a vida de inúmeras crianças com paralisia ao redor do mundo

Até onde vai o amor de uma mãe? Para melhorar a qualidade de vida do filho paraplégico, Debby Elnatan criou um suporte que o possibilitou ficar em pé e dar seus primeiros passos na vida




De onde vêm as ideias que mudam o mundo e quais são as histórias de vida por trás delas? Nem sempre as grandes invenções surgem em laboratórios de ciência ou ilustres centros de pesquisa - e Debby Elnatan sabe muito bem disso. Mãe de Rotem que, aos dois anos apresentou uma paralisia cerebral, Debby via o filho em uma cadeira de rodas, exercendo poucos movimentos. Foi então que ela decidiu criar um equipamento por meio do qual Rotem pudesse sentir o que é dar os primeiros passos, caminhar, brincar em um balanço e, enfim, ser um pouco mais livre.

A invenção ganhou suas primeiras versões quando Rotem tinha poucos anos de idade mas o equipamento que está mudando a vida de muitas crianças está sendo lançado agora, quando o filho de Debby já é adulto. Na foto, a inventora do Upsee apresenta a novidade à pequena Bethanny.




Fonte:  http://estilo.br.msn.com/carinho/m%C3%A3e-inventa-equipamento-para-que-o-filho-deficiente-possa-andar-e-muda-a-vida-de-in%C3%BAmeras-crian%C3%A7as-com-paralisia-ao-redor-do-mundo#image=1
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terça-feira, 15 de abril de 2014

Professor surdo ministra aulas de Libras para alunos ouvintes em Goiás

Estudantes conseguem entender com uso de sinais e recursos tecnológicos.
Disciplina é optativa para alguns cursos do Instituto Federal de Goiás (IFG).



Fernanda BorgesDo G1 GO
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Professor surdo se comunica com alunos durante aula no IFG, em Goiânia (Foto: Fernanda Borges/G1)Professor surdo se comunica com alunos durante aula no IFG, em Goiânia (Foto: Fernanda Borges/G1)
Com um silêncio incomum em sala de aula e mãos em movimentos constantes, os alunos do Instituto Federal de Goiás (IFG) prestam atenção ao máximo nas explicações do professor Luiz Pereira de França Júnior, 45 anos. Ele é surdo desde o nascimento e ministra a disciplina de Língua Brasileira de Sinais (Libras) no campus Goiânia. O diferencial é que todos os presentes são ouvintes e interagem com o mestre apenas pela linguagem de sinais.
G1 acompanhou uma aula do professor Luiz no IFG e contou com a ajuda da psicóloga e estudante de Libras Maraiza Oliveira Costa, 28 anos, para intermediar a entrevista.
De acordo com o professor, a técnica usada para ministrar as aulas faz toda a diferença para que todos possam se entender. “Utilizo bastante um projetor multimídia, pois os alunos precisam do visual para entender a linguagem de sinais. Também uso o método de perguntas e respostas, no qual o grupo interage e pode compartilhar informações. Além disso, fazemos atividades impressas, para que cada um possa, em casa, continuar os trabalhos. Se alguém tiver dúvida, uso também técnicas de soletração”, explicou Luiz.
Além dos slides e imagens, o professor faz comparações entre as gramáticas da Libras e do Português e faz traduções entre as duas linguagens. Com o movimento das mãos e expressões aguçadas, Luiz envolve os alunos, que participam o tempo todo das explicações e se ajudam entre si quando alguém não compreende um determinado ponto. O silêncio das aulas só é quebrado quando o professor faz alguma graça e as risadas tomam conta do ambiente.
Luiz nasceu no município de Sertânia, no interior do Pernambuco, e mudou com a família para Goiânia em 1995. Os pais dele moraram na capital por quatro anos, mas decidiram voltar para o estado natal. Ele preferiu continuar na cidade, onde já estudava a linguagem de sinais. Em 2006 começou a cursar Licenciatura em Letras-Libras, em um convênio entre o IFG e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que formou a primeira turma a distância em 2010.
Luiz interage com alunos o tempo todo durante as aulas de Libras (Foto: Fernanda Borges/G1)Luiz interage com alunos o tempo todo durante as aulas de Libras (Foto: Fernanda Borges/G1)
Em 2012, já graduado, Luiz ministrou o curso de Libras para servidores do IFG e da rede estadual de ensino de Goiás. Logo depois, em agosto de 2013, foi aprovado como professor substituto no instituto, onde permanece dando aula. “No começo, as pessoas estavam preocupadas em como eu iria dar aula. Mas não tive dificuldades em me adaptar como professor. Conheço bem a gramática que envolve a Libras, como fonética e fonológica e isso ajuda muito”, esclarece.

A disciplina de linguagem de sinais só é obrigatória para os cursos de licenciatura. Para os demais, como hotelaria, engenharia de controle e automação e engenharia mecânica, a disciplina é optativa, mas as aulas nunca ficam sem interessados. Em média, cada uma tem 35 alunos inscritos, mas todos são ouvintes. De acordo com o IFG, atualmente, nenhum aluno surdo está matriculado no instituto.
Célia Keiko diz que aprendizagem sober Libras pode ser diferencial na carreira (Foto: Fernanda Borges/G1)Célia diz que aprendizagem sober Libras pode ser
diferencial na carreira (Foto: Fernanda Borges/G1)
Além de dominar a escrita muito bem, o professor consegue fazer leitura labial quando os alunos falam pausadamente e nenhuma dúvida fica sem resposta.

“Ele usa muitos gestos e expressões que nos ajudam a entender e assimilar cada sinal. No começo foi muito desafiador, pois ele não fala nada, mas aos poucos fomos nos acostumando. Sem contar que ele é muito engraçado e a aula fica leve e divertida”, afirmou a estudante de hotelaria Célia Keiko, 34 anos, que conta que o professor é carinhosamente apelidado pelos alunos como "Mr. Bean", pela semelhança física com o ator britânico Rowan Atkinson, que interpretou o personagem de filmes de comédia. "Até no e-mail dele ele se intitula assim".

Para ela, optar pelas aulas de Libras será importante para o sucesso profissional. “Eu já falo japonês fluente e queria ter mais um diferencial. Encontrei na linguagem de sinais o que eu precisava, pois são pouquíssimas as pessoas que dominam e acredito que isso agrega valor ao currículo”, ressaltou Célia.
Para o estudante de engenharia mecânica David Uander, 27 anos, a paciência do professor com os alunos também é importante para favorecer o aprendizado. “Ele repete um movimento até 20 vezes se for necessário. Além disso, aprendemos o alfabeto e, quando alguém não entende, é possível ‘soletrar’ o que se quer dizer. Mas acho que o mais importante de tudo é que ele é divertido e faz o que for necessário para ser compreendido”, afirmou.

David também escolheu cursar a disciplina optativa para agregar conhecimentos a carreira. “Eu já tive contato com Libras a partir de um folheto que ganhei em um ônibus. Sozinho, comecei a me informar sobre a linguagem e queria muito aprender. Quando soube sobre a possibilidade de estudar aqui no IFG, não pensei duas vezes. Acho que em qualquer área que se escolha trabalhar é importante dominar todos os tipos de comunicação”, disse o estudante.
Alunos repetem movimentos ensinados pelo professor durante aula de Libras (Foto: Fernanda Borges/G1)Alunos repetem movimentos ensinados pelo professor durante aula de Libras (Foto: Fernanda Borges/G1)
Além de Luiz, outros três integrantes da família são surdos. Ele conta que aprendeu a entender o que os ouvintes falavam ao prestar muita atenção nas conversar de uma irmã. Aos 4 anos, ainda em Pernambuco, ele começou a ser alfabetizado em uma escola que ensinava Libras para crianças surdas.
Já na 4ª série do ensino fundamental, Luiz passou a estudar em uma escola regular, onde só havia alunos e professores ouvintes. “Foi um desafio intenso, porque não tive intérprete e utilizava o método oralista junto com a Libras”, lembra o professor.
Após mudar para Goiânia, ele passou a estudar no Sistema Educacional Chaplin. “Lá, aprendi ainda mais sobre Libras e passei, de fato, a dominar a linguagem de sinais”, destacou. Luiz lembra que decidiu virar professor enquanto estudava em outra instituição particular na capital, pois as pessoas o incentivaram dizendo que ele era bom para ensinar.
Maraiza ajuda o professor nas relações burocráticas com o IFG (Foto: Fernanda Borges/G1)Maraiza ajuda professor nas relações
burocráticas com o IFG (Foto: Fernanda Borges/G1)
Desafios
Ele seguiu o conselho e realiza as atividades na sala de aulas sem maiores transtornos. No entanto, as relações com as partes burocráticas da função ainda são grandes desafios. No IFG, Luiz conta com a ajuda da psicóloga Maraiza Oliveira Costa, uma das poucas pessoas que trabalham no instituto e conseguem se comunicar na linguagem de sinais com ele.

“Ainda estou aprendendo, mas consigo entendê-lo bem. Durante as aulas, o Luiz domina a comunicação sem problemas, mas quando precisa tratar de assuntos acadêmicos ou em reuniões, fica bem complicado. Existem algumas palavras que são complexas demais e fica difícil para ele entender. Mas vamos ajudando na medida do possível”, explicou Maraiza.
Apesar das dificuldades, Luiz afirma que consegue lidar bem com as pessoas e diz que nunca foi alvo de preconceito. Segundo ele, os surdos podem atuar em qualquer profissão, desde que a audição não seja um requisito fundamental. “É preciso ter maior divulgação dos cursos para que as pessoas surdas tenham interesse e busquem a formação superior”,  acredita.
Professor Luiz posa ao lado de alguns dos alunos que estudam Libras no IFG (Foto: Fernanda Borges/G1)


Professor e alunos mostram sinal que representa a sigla do IFG (Foto: Fernanda Borges/G1)


Fonte:  http://g1.globo.com/goias/noticia/2014/04/professor-surdo-ministra-aulas-de-libras-para-alunos-ouvintes-em-goias.html
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quarta-feira, 9 de abril de 2014

Implante na coluna devolve movimentos a pacientes paralisados


Por Sharon Begley
NOVA YORK, 8 Abr (Reuters) - Quatro homens que passaram mais de dois anos tetraplégicos, sem perspectivas de recuperação, recobraram a capacidade de movimentar as pernas e os pés, mas não de caminhar, graças a um dispositivo eletrônico implantado na coluna vertebral, disseram pesquisadores nesta terça-feira.
O sucesso, embora num número pequeno de pacientes, oferece a esperança de que um tratamento inovador possa ajudar pessoas com paralisias causadas por lesões medulares, segundo cientistas. Só nos EUA há 6 milhões de paraplégicos e tetraplégicos, sendo 1,3 milhão deles com lesões de coluna.
Os resultados também colocam em dúvida uma suposição importante sobre lesões da coluna: que o tratamento exigiria a reconstituição ou substituição de neurônios danificados, o que poderia ser possível com células-tronco, por exemplo -- um processo complicado e polêmico.
"A grande mensagem aqui é que pessoas com lesões da coluna cervical como as desses homens não precisam mais pensar numa condenação à paralisia pelo resto da vida", disse em entrevista o médico Roderic Pettigrew, diretor do Instituto Nacional de Bioengenharia e Técnicas de Imagens Biomédicas, que é parte do Instituto Nacional de Saúde dos EUA.
"Eles podem conseguir algum grau de função voluntária", disse Pettigrew, que viu isso como "um marco" nas pesquisas sobre lesões medulares. O instituto que ele dirige financiou parcialmente o estudo, publicado na revista Brain.
A pesquisa se baseou no caso do ex-jogador de beisebol universitário Rob Summers, que ficou tetraplégico ao ser atropelado em 2006. No final de 2009, ele recebeu um implante epidural logo abaixo da área danificada.
O aparelho de 72 gramas começou a emitir uma corrente elétrica em várias frequências e intensidades, estimulando densos feixes de neurônios na coluna. Três dias depois, ele ficou de pé sozinho, e em 2010 tentou dar seus primeiros passos.
O caso dele teve grande repercussão, mas os cientistas achavam que só pacientes com alguma sensibilidade nos membros --caso de Summers-- poderiam se beneficiar com os estímulos elétricos.
Por isso, a equipe comandada pela Susan Harkema, especialista em reabilitação neurológica do Centro de Pesquisas do Kentucky para Lesões de Coluna Vertebral, tinha menos esperanças em relação a dois dos pacientes seguintes, sem sensibilidade nos membros.
Mas um deles, vitimado por um acidente de moto em 2009, aos 21 anos, começou a mover a perna esquerda 11 dias depois de receber o aparelho, chamado RestoreAdvanced e fabricado pela empresa Medtronic. Ele havia recebido o prognóstico de que nunca mais conseguiria mexer as pernas.
O terceiro paciente, tetraplégico após um acidente de moto em 2006, obteve ainda mais progressos, e consegue mexer a perna mesmo quando o aparelho não está emitindo sinais elétricos. Ele se orgulha de já ter conseguido passar 27 minutos em pé, mesmo sem o auxílio do aparelho. "E ainda estou progredindo", afirma.

Fonte:  https://br.noticias.yahoo.com/implante-na-coluna-devolve-movimentos-pacientes-paralisados-141917504.html
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terça-feira, 8 de abril de 2014

Médico que descobriu a origem do Down pode ser canonizado

Centista e santo da Igreja Católica. Ao longo da história são raros os casos em que essas qualificações se aplicaram à mesma pessoa. Até porque, para muitos, fé e ciência são incompatíveis. Por seus estudos de genética e por ser um defensor das causas da Igreja, Jérôme Jean Louis Marie Lejeune foi um dos poucos homens a transpor essa barreira.
Morto aos 68 anos, vítima de um câncer, em 3 de abril de 1994, há exatos 20 anos, o médico francês poderá ser canonizado em breve pela Igreja.
Lejeune, o pai da genética moderna
Jérôme Lejeune nasceu em Montrouge, na França, em 1926. Foi pediatra, professor de genética e cientista, e seu nome é sempre lembrado em função de sua descoberta da origem da Síndrome de Down: uma anomalia no cromossomo 21, que gera a trissomia 21, como também é chamada.

Foi em 1958, após seis anos de carreira, que o francês conseguiu revelar fotos de cromossomos em seu laboratório e expôs uma hipótese sobre a influência deles como causa da Síndrome de Down. Na época, o cientista estudou o caso de três meninos portadores, para comprovar sua hipótese que, foi, aliás, a primeira na história a estabelecer um vínculo entre um estado de deficiência mental e uma aberração cromossômica.Imagem de cromossomos humanos durante uma de suas fases de formaçãoFoto: Wikipédia
"A Síndrome de Down já havia sido descrita por John Langdon Down, quase 100 anos antes. Lejeune identificou a alteração genética responsável pelo quadro, o que possibilita a realização do diagnóstico laboratorial pelo cariótipo. Isto quase anula a possibilidade de erro diagnóstico, e também tornando viável o aconselhamento genético para os pais", explica a médica geneticista do Ambulatório de Diagnóstico da Apae de São Paulo, Dra. Fabíola Paoli. 
Entre os prêmios e honrarias recebidas pelo professor, um especial foi entregue pelas mãos do presidente americano John F. Kennedy em 1962Foto: AFP

Segundo a médica, as pesquisas de Jerome Lejeune, não só direcionadas para a Síndrome de Down, foram capazes de pavimentar o caminho para a descoberta de muitas outras aberrações que ocorrem com certa frequência. 
Após quase 60 anos da descoberta do francês, portadores de Down possuem uma qualidade de vida melhor - vivendo quase 50 anos a mais do que na década de 1940 (hoje, a expectativa de vida está entre 60 e 70 anos e na época era de, no máximo, 18 anos).
Outros avanços nesta área também aconteceram em relação à conscientização, estímulo e de acompanhamento das crianças com síndrome de Down. No Brasil, desde 2012, o Ministério da Saúde publicou um manual com diretrizes para a Atenção à Saúde da Pessoa com Síndrome de Down no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) - um grande passo para as famílias e os portadores. 
Um cientista contra o aborto
Por causa da descoberta da anomalia no cromossomo 21 e de outras realizadas depois, Lejeune é chamado de “pai da genética moderna”, obtendo, ainda em vida, entre várias honrarias e títulos, os de doutor Honoris Causa das universidades de Düsseldorf (Alemanha), Pamplona (Espanha), Buenos Aires (Argentina) e da Pontifícia Universidade do Chile.

O “pai da genética moderna” era também  membro da Academia de Medicina da França, da Academia Real da Suécia, da American Academy of Arts entre outras. Ele ainda participou e presidiu comissões internacionais da ONU e OMS.
Como cientista, ganhou prêmios pelos seus trabalhos sobre as patologias cromossômicas, entre os quais o Prêmio Kennedy em 1962, que recebeu diretamente das mãos do presidente John F. Kennedy. 
Apesar de todos os títulos e descobertas importantes para a ciência, o médico francês nunca chegou a ganhar um Prêmio Nobel. Lejeune chegou a falar que perdera este prêmio por ser um cientista que se posicionava contra o aborto, aliás, afirmava ser “a favor da vida”. “Se um óvulo fecundado não é, por si só, um ser humano, ele não poderia se tornar um, pois nada é acrescentado a ele”, defendia o cientista.

 O Papa João Paulo II visitou em 1997 o túmulo do professor Lejeune, que morreu em 1994. O cientista descobridor da trissomia 21 foi oponente do aborto e ativista da IgrejaFoto: AFP

Em 1971, quando fez um discurso contra o aborto noNational Institute for Health, mandou uma mensagem à sua esposa dizendo: “hoje perdi meu Prêmio Nobel”. 
Católico fervoroso, o geneticista era amigo pessoal do Papa João Paulo II, quem fez questão de visitar sua túmulo em Paris e que, por várias vezes, foi visto com o cientista.  
A poucos passos da santidade
Apesar de não ter recebido o prêmio Nobel, Lejeune poderá receber um dos maiores "prêmios" da humanidade: quase sete anos depois da abertura da causa de beatificação e canonização (realizada em junho de 2007) e vinte anos depois de seu falecimento, a etapa diocesana - que consiste em um trabalho de instrução e análise do "servo de Deus", realizado por voluntários, peritos, historiadores, cientistas e teólogos - foi finalizada. 

Agora, o processo de santificação passará por nova fase e será analisado no Vaticano.
Caso seja considerado santo, Jérôme Lejeune fará parte do raro time daqueles que defendiam tanto a Ciência, quanto a religião. Em mais de dois mil anos, o pai da genética moderna poderá estar entre os 12 médicos santos da Igreja. 
Fonte:  http://noticias.terra.com.br/ciencia/medico-que-descobriu-a-origem-do-down-pode-ser-canonizado,5fd5c68ce2525410VgnVCM10000098cceb0aRCRD.html

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segunda-feira, 7 de abril de 2014

Cresce autonomia de alunos com deficiência

Secretaria de Educação de São Paulo e Unesp oferecem capacitação gratuita para professores

Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de São Paulo realizou uma pesquisa com 109 alunos atendidos pela escola especial da organização para avaliar o desempenho desses estudantes na transição para escolas regulares e observou uma melhora de 25% em áreas como a comunicação, autonomia e socialização.
Segundo a autora da pesquisa e coordenadora pedagógica da Apae de São Paulo, Roseli Olher, a escola especial que os 109 alunos frequentavam encerrou suas atividades em 2009, em respeito às então novas diretrizes educacionais do Ministério da Educação (MEC), que determinaram a extinção das escolas especiais em turno integral. A escola foi transformada em um centro de apoio especializado, que deve oferecer atendimento duas vezes por semana aos estudantes matriculados em escolas regulares, no contraturno.
A pesquisa mostra os resultados obtidos pelos 109 alunos nas escolas regulares. “Durante três anos, eu fui em todas as escolas, observava os alunos e acompanhava a transição”, diz Roseli. Os estudantes tiveram melhoras, de acordo com a pesquisadora, por causa do contato com alunos sem deficiência. “Convivendo com crianças que falam, pulam e brincam, eles foram estimulados a ter autonomia, independência, e a fazer contato com os novos colegas, e por não ter um professor os acompanhando o tempo todo, eles desenvolveram a capacidade de comunicação”, diz.
Os alunos que participaram da pesquisa tinham deficiências intelectuais de grau leve (algumas dificuldades pontuais de aprendizado que necessitam de pequenas adaptações) e moderado (grau de comprometimento maior, necessitando mais adaptações e mediação maior do professor). Entre eles, segundo Roseli, 60% apresentaram mais autonomia, 68% tiveram melhora na socialização, entre 30% a 50% melhoraram a comunicação e 62% avançaram na questão curricular. Na comparação com alunos que permaneceram em instituições escolares especiais durante o período de transição, nos aspectos de autonomia e independência não foi registrada melhora, e a regressão foi de 9%. Durante o período em que foi realizado o estudo, as escolas especiais ainda estavam em funcionamento.
PNE exige atendimento de escolas públicas
O Plano Nacional de Educação (PNE) de 2010 estabelece diretrizes e 20 metas para a educação pública no Brasil. O PNE foi aprovado na Câmara dos Deputados em 2012 mas sofreu alterações no Senado que o fizeram retroceder para a Câmara, onde ainda aguarda votação.


José Francisco Lelot, o Zeca, sempre estudou em escolas regularesFoto: Acervo pessoal / Divulgação
No artigo 8º, o PNE estabelece que as escolas públicas devem garantir “o atendimento às necessidades educacionais específicas da educação especial, assegurando um sistema educacional inclusivo em todo os níveis, etapas e modalidades”.
A meta de número 4 do PNE, que trata da inclusão de estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e superdotação, apresenta entre outras estratégias para efetivar a educação inclusiva, a ampliação do atendimento educacional especializado complementar para os alunos que frequentam a rede regular, a reforma de prédios escolares para que sejam acessíveis aos alunos com deficiência e o incentivo à educação inclusiva através da articulação do ensino regular e do ensino especializado.
No Estado de São Paulo, a Secretaria Estadual da Educação optou por migrar gradativamente os alunos da escolas especiais para a rede regular, segundo a coordenadora da Gestão da Educação Básica do Estado, Elizabete Costa. De acordo com dados da secretaria, São Paulo tem atualmente 62 mil alunos com deficiência matriculados em classes regulares na rede estadual. “São alunos com deficiência intelectual, auditiva, física, surdos, cegos e com transtorno global do desenvolvimento (autistas em vários graus)”, diz Elizabete.
Autoinclusão
Idely Florence Lelot é mãe de José Francisco, o Zeca, que hoje tem 27 anos. Zeca é portador da síndrome de Down e sempre estudou em escolas regulares. “Ele sempre foi autossuficiente, hoje tem autonomia para ir e voltar do trabalho sozinho”, diz.
Idely tem duas outras filhas mais velhas, e quando chegou a hora de Zeca ir para a escola, ela achou que não tinha que ser diferente. “Quando ele entrou na escola, não existia a palavra inclusão”, diz. Ela optou por uma escola particular, com um método pedagógico diferenciado, sem foco na avaliação. No ensino médio, Zeca passou para uma escola pública. “No ensino médio da escola particular, ele iria estudar em uma classe separada, e eu não concordei”, diz. Para Idely, “a inclusão começa com a autoinclusão". Meu filho é aceito porque sempre se inseriu, como qualquer outra criança”, declara.
Quando a adaptação é difícil
Gonçala Mendes do Amaral é mãe de Mateus, 15 anos. Ele é portador da Síndrome de Down e estudava na escola especial da Apae de São Paulo desde que tinha 1 ano e meio. Mateus foi um dos alunos acompanhados pela pesquisa de Roseli. Gonçala conta que o filho não se adaptou à escola regular. “Até hoje me ligam para ir buscar ele, porque não quer ficar até o fim da aula”, diz.
Ainda segundo a mãe, Mateus adaptou-se às outras crianças, mas o método é a maior dificuldade: “ele não aprendeu a ler e nem a escrever, e como todas as atividades são de escrita, ele fica sem fazer nada”. O menino sente falta das atividades que realizava na Apae e, às vezes, pede para voltar para a escola antiga. “Ele até se anima para ir para a escola regular, mas não consegue acompanhar. Na Apae, o foco não era só na escrita, tinham brincadeiras, passeios, e ele participava”. A mãe diz que frequenta as reuniões na escola de Mateus, mas nenhum professor lhe diz nada sobre o desenvolvimento dele. “O foco deles é com os que aprendem”, diz.
“A educação inclusiva é uma mudança de mentalidade da sociedade”, diz Roseli. “Está posta e não vai voltar atrás. Eles são pessoas que podem aprender se estimulados, e as medidas aplicadas para o aluno especial podem ser usadas com todos os alunos, e não só com portador de deficiência”, explica. Segundo Roseli, o preconceito diminuiu bastante, e hoje os professores entendem que é um direito do aluno com deficiência e pedem ajuda para aprender a trabalhar com ele. "Antes, eles simplesmente não aceitavam o aluno”. A pesquisadora chama a atenção para a importância dos professores de se capacitarem e de um ambiente estruturado e adaptado para o trabalho "em benefício de todos os alunos, e não só do aluno com deficiência”.
Capacitação gratuita
Para preparar os professores para trabalhar com os alunos com deficiência nas classes regulares, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, em parceria com a Universidade Estadual Paulista (UNESP), está oferecendo gratuitamente um curso de especialização para os professores da rede estadual. As aulas começaram no dia 12 de março, e é a primeira vez que o Estado oferece um curso de especialização para seus docentes. Capacitações em algumas áreas são oferecidas pelo Centro de Apoio Pedagógico Especializado (CAPE), mas não cursos mais rápidos e não oferecem certificado aos concluintes.
A coordenadora do curso da UNESP, Renata Portela Rinaldi, diz que serão oferecidos dois cursos: um para professores e gestores de escolas, que vai fornecer conceitos sobre a educação inclusiva, fundamentos de metodologia, apresentar as principais alternativas pedagógicas e recursos materiais, aprendendo como utilizá-los. O outro curso será oferecido para os professores que vão trabalhar nas salas de recurso da rede estadual e que, durante o curso, vão poder optar pela especialização em um tipo de deficiência, além de atuar como orientadores dos professores da classe regular. “O currículo foi pensado para articular com o local de trabalho do professor, para que ele possa atender com qualidade e, se precisar de suporte, contar com o apoio especializado do professor da sala de recurso”, diz.
A rede estadual de educação de São Paulo tem 230 mil professores. Segundo Elizabete, os cursos de especialização em parceria com a Unesp vão oferecer 1600 vagas, e 17 mil professores estão interessados em fazer o curso. As aulas serão nos polos da Unesp distribuídos em todo o Estado, com atividades presenciais e a distância.
Segundo a coordenadora do curso, “a Unesp reuniu professores especialistas na área da inclusão voltada para a prática em sala de aula”. O objetivo é de ampliar a oferta de vagas. O curso será gratuito, mas o aluno que deixar de frequentar as aulas depois de 30 dias terá de restituir o Estado pela desistência. Renata observa que, na formação inicial na pedagogia e nas licenciaturas, desde 2005, é obrigatório o ensino de LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) e da educação inclusiva, mas o número de horas sobre esses temas depende de cada universidade. "A formação inicial não dá conta de tudo o que o professor precisa saber”, diz Renata.
 Fonte:  http://noticias.terra.com.br/educacao/sp-cresce-autonomia-de-alunos-com-deficiencia-diz-pesquisa,a3abf2157a735410VgnVCM10000098cceb0aRCRD.html
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quinta-feira, 3 de abril de 2014

Destinos preparados para receber pessoas com necessidades especiais

Ele já foi mochileiro na Nova Zelândia, viajou de carro até Machu Picchu, fez rapel no Vale do Itajaí, mergulhou em Bonito e saltou de paraquedas em Boituva. O engenheiro agrônomo Marcos Bauch, 31 anos, nunca deixou que as muletas que usa desde criança – necessárias devido a uma artropatia nos dois joelhos – o prendessem em casa. Dificuldades existem. Das mais prosaicas, como os pisos escorregadios que já o derrubaram várias vezes, às mais inusitadas, como saltar de paraquedas sem pousar com os pés no chão. "Eu e o instrutor tivemos que bolar uma estratégia para o pouso. Treinamos uma descida sentados e deu certo", conta o engenheiro.

Mas os desafios que enfrentou jamais o fizeram pensar em desistir das viagens. "São apenas percalços e aumentam o número de histórias para contar aos amigos", diz ele. A exemplo de Marcos, há muito mais gente disposta a superar limites físicos para colecionar histórias e experiências.
O Brasil possui, atualmente, cerca de 46 milhões de brasileiros (24% da população) com deficiência intelectual, motora, visual e auditiva, conforme o Censo realizado em 2010 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). E, dentre eles, há muitos viajantes frequentes, segundo constatou o Ministério do Turismo, numa pesquisa realizada em parceria com a Secretaria de Direitos Humanos, entre os dias 13 a 20 de maio de 2013, nas cinco maiores cidades emissoras de turismo doméstico brasileiro – São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte Curitiba e Porto Alegre. A pesquisa apontou que o sentimento de superação, a liberdade e a autonomia são alguns dos principais elementos motivadores dos viajantes. Mas eles não querem só acessibilidade. Como qualquer outro turista, também buscam preços competitivos, belas paisagens, boas condições de transporte e aspectos históricos e sociais interessantes.

A cidade de Socorro, no interior de São Paulo, foi apontada pelos entrevistados como um modelo de turismo acessível, pois é a que oferece a melhor adaptação para pessoas com deficiência.  Além de Socorro, Fortaleza (CE), Ilhabela (SP) e Maceió (AL) foram citadas por apresentar passeios, atividades esportivas e ecoturismo para as pessoas com mobilidade reduzida, deficiência auditiva ou visual. Atualmente, o Ministério do Turismo está financiando 14 projetos que envolvem acessibilidade, com investimentos na ordem de R$ 109 milhões.
  
Só rampa não basta
Mas investir em acessibilidade não é apenas construir rampas para cadeiras de rodas. "É um equívoco achar que tornar uma cidade acessível é só desobstruir barreiras arquitetônicas. É preciso eliminar as barreiras físicas para cadeirantes, mas também ter pessoas habilitadas a se comunicar com deficientes auditivos, disponibilizar material turístico acessível para deficientes visuais e treinar funcionários para atender a essas pessoas", explica a psicóloga Adriana da Silva Souza, do Núcleo de Apoio às Pessoas com Necessidades Específicas do IFRJ (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia).

"Ao escolher onde se hospedar, a primeira providência é checar se o local vai ajudá-lo nas suas dificuldades individuais. Porque mesmo com perfis parecidos, cada pessoa tem uma necessidade", diz o turismólogo e cadeirante Ricardo Shimosakai, diretor da empresa Turismo Adaptado, que elabora roteiros de viagens para pessoas com necessidades especiais. A recomendação aqui é ser o mais detalhista possível, já que, muitas vezes, as empresas não entendem o conceito de acessibilidade. "Se você precisa de uma cadeira de banho, por exemplo, tem que ligar e verificar com o hotel se eles têm e explicar que cadeira de banho não é uma cadeira de piscina", diz Shimosakai.

Uma vez escolhido o hotel, vale checar informações por telefone e até pedir fotos do local. As dimensões são importantes, especialmente se o turista for cadeirante. "Muitas vezes é preciso solucionar problemas e exigir os direitos antes de aproveitar a viagem. Ao chegar a um lugar, a pessoa com limitações motoras vai gastar tempo para saber quem tem a chave para abrir o elevador, com quem é preciso falar para poder estacionar mais perto ou, ainda, como encontrar alguém que possa ajudar a subir e a descer uma escada", explica o engenheiro Marcos Bauch, que hoje compartilha as experiências acumuladas no blog "De muletas pelo mundo".  Já o portador de deficiência visual precisará de alguém que o acompanhe até o quarto de hotel e lhe mostre a localização de cada objeto. O deficiente auditivo, por sua vez, terá mais facilidade de se comunicar ao contar com o apoio de funcionários aptos em Libras, a Língua Brasileira de Sinais.

Além disso, os passeios que serão feitos no destino também precisam levar em conta as limitações. Para o deficiente visual, por exemplo, no lugar de um museu em que apenas o título da obra está escrito em braile, será muito mais prazeroso visitar um jardim sensorial, disponível em alguns parques botânicos de cidades brasileiras, ou uma galeria tátil, como a existente na Pinacoteca do Estado de São Paulo.
  • Divulgação/Secretaria de Turismo de Socorro
    A 134 quilômetros da capital paulista, a cidade atrai cada vez mais pessoas com mobilidade reduzida ou necessidades especiais, por conta do projeto Socorro Acessível, iniciado em 2005
Viagem inclusiva e os custos
Não necessariamente um deficiente gastará mais dinheiro para viajar. Os estabelecimentos não cobram mais caro por serem acessíveis, mas os custos podem aumentar conforme as adaptações que o turista precise fazer para usufruir de maneira prazerosa da viagem. "Quando fui para Machu Picchu contratei uma agência capacitada para levar pessoas com deficiência, mas tive que pagar por três guias para carregarem minha cadeira de rodas em uma parte do percurso", explica Ricardo Shimosakai.

Como não são todos os locais que oferecem acessibilidade, a oportunidade de escolha é menor. Por isso, o deficiente nem sempre pode optar pelo hotel mais barato para se hospedar, o menor carro para alugar ou ainda, o restaurante mais econômico da região. É preciso escolher aquele que ofereça soluções para as necessidades individuais.
 

SERVIÇO
Empresas especializadas em montar roteiros para pessoas com necessidades especiais:

Livre Mundi Turismo
A empresa desenvolve roteiros acessíveis para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida. Também oferece equipamentos especiais para visitação de atrações turísticas, acesso a praias e realização de esportes de aventura, como cadeiras de praia e cadeiras para trilhas.
www.livremundi.com.br
Tel.: (11) 2369-4202

Turismo Adaptado
A empresa organiza roteiros de viagens para pessoas com todos os tipos de necessidades específicas. A partir de uma conversa com o turista, analisa as limitações individuais e organiza a viagem, que pode ser nacional ou internacional.
www.turismoadaptado.wordpress.com
Tel.: (11) 3846-6333

Accessible Tour
A empresa oferece pacotes de turismo para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida. Há opções de roteiros nacionais e internacionais, que incluem até um safári para cadeirantes no Kruger National Park, na África do Sul.
www.accessibletour.com.br
Tel.: 11 3251-3391
Fonte:  http://viagem.uol.com.br/noticias/2014/03/31/conheca-destinos-preparados-para-receber-pessoas-com-necessidades-especiais.htm
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