sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Então é Natal....


Obrigada aos amigos que estiveram  presentes durante este ano, passamos dificuldades e alegrias, mas que isso nos torne pessoas melhores e cada vez mais  humildes e caridosas.

Natal é tempo de repensar valores, de ponderar sobre a vida e tudo que a cerca, de refazer nossos planos e retomar o caminho para um ano melhor. Enfim, meus votos para 2013 são muitos:   sempre encontrar motivos para festejar a vida, colher o amor semeado, superar os nossos limites, afinal, nós mesmos os criamos, cultivar as velhas amizades e conquistar novos amigos, acima de tudo, lutar pela paz interior...
 
 Assim termino com um trecho extraído do poema "Receita de Ano Novo" de Carlos Drummond de Andrade: "Para ganhar um Ano Novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, é dentro de você que o ano novo cochila e espera desde sempre".

Um Feliz Natal a todos e um Ano novo cheio de paz e Felicidades!!
Leia mais...

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Tetraplégica controla braço robótico com a mente


Um braço robótico já pode ser controlado pelo pensamento de forma "sem precedentes", de acordo com um estudo publicado pela revista médica The Lancet

Jan Scheuermann, 53, paralisada do pescoço para baixo, foi capaz de mover com destreza um braço mecânico, segurando objetos como se eles fossem movidos por sua própria mão. Implantes cerebrais foram usados na paciente para controlar o braço robótico, e o resultado foi avaliado por especialistas como "uma conquista extraordinária".

Jan foi diagnosticada com degeneração espinocerebelar 13 anos atrás e foi perdendo o controle de seu corpo progressivamente. Ela não consegue mais mover seus braços e suas pernas.

Ela recebeu o implante de dois sensores - cada um de 4mm x 4mm - no córtex do cérebro. Uma centena de pequenas agulhas em cada sensor percebe a atividade elétrica de 200 células cerebrais.

Comandos

Os neurônios se comunicam entre si através de pulsos, diz o professor Andrew Schwart, da Universidade de Pittsburgh.

Essas vibrações elétricas no cérebro são, então, traduzidas em comandos para mover o braço - dobrar na altura do cotovelo, rodar e agarrar um objeto, por exemplo. Jan foi capaz de controlar o braço no segundo dia de treinamento; ao longo de 14 semanas, foi aperfeiçoando essa habilidade.

Segundo o estudo médico, ela adquiriu "coordenação, habilidade e velocidade quase similares às de uma pessoa de corpo não deficiente". Schwartz contou à BBC que movimentos tão precisos nunca haviam sido observados antes.

"São (movimentos) fluidos e muito melhores do que o que se havia demonstrado antes", afirmou. "Acho que isso é uma prova convincente de que essa tecnologia (se converterá em uma terapia) para pessoas com lesões na espinha dorsal."

Para Schwartz, a nova tecnologia já permite que essas pessoas realizem tarefas diárias.

Tecnologia em casa

As técnicas que apostam no poder de um cérebro saudável para superar um corpo danificado têm avançado rapidamente. No início deste ano, um estudo apontou que uma mulher conseguiu usar um braço robótico para servir-se de uma bebida pela primeira vez em 15 anos desde que sofreu um derrame.

Nos dois estudos, porém, os resultados foram obtidos em laboratório - ou seja, a tecnologia ainda não foi aplicada em suas casas.

Agora, pesquisadores tentam acoplar o braço mecânico à cadeira de rodas de Jan, para que ela possa usá-lo em sua vida cotidiana. Também há tentativas de dar sensações ao membro artificial, para que seu portador volte a experimentar o sentido de toque.

Para os pesquisadores Gregoire Courtine, Silvesto Micera, Jack DiGiovanna e José del Millan, o controle do braço retratado no estudo é uma conquista "tecnológica e biomédica incrível".

Eles acrescentam que tecnologia do membro mecânico está chegando perto do ponto em que "poderá, em breve, se tornar um modelo revolucionário de tratamento" para portadores de paralisias.

Fonte:  http://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/bbc/2012/12/17/tetraplegica-controla-braco-robotico-com-a-mente-de-forma-inedita.htm
Leia mais...

sábado, 8 de dezembro de 2012

Aprovado projeto que garante a autistas os mesmos direitos de pessoas com deficiência


Graças a um projeto que surgiu da pressão popular, brasileiros com autismo vão ter os mesmos direitos de pessoas com deficiência, para todos os efeitos legais. A garantia foi conquistada na última quinta-feira (6/12) com a aprovação no plenário do Senado do Projeto de Lei do Senado 168/11, que cria a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista.

“O tratamento dessas pessoas requer tempo e muitos profissionais, por isso, esse horário especial é necessário para adequar a rotina da família”, explica a microempresária, Berenice de Piana, mãe de Dayan de Piana, de 18 anos. Ainda segundo Berenice, que também é integrante do Mundo Azul — grupo de pais de Itaboraí, no Rio de Janeiro, em defesa do autista — essa lei é muito importante “porque tira essas pessoas do limbo”.  Ela ressalta que antes da aprovação do projeto - que agora só depende da sanção da presidenta, Dilma Rousseff, para virar lei - os autistas não eram considerados nem pessoas normais, nem com deficiência.A lei está sendo vista por pais e especialistas como uma Carta Magna dos autistas no Brasil. A partir dela, essas pessoas vão, por exemplo, ter direito a tratamento multidisciplinar e diagnóstico precoce. As famílias também foram contempladas: além de acompanhamento psicológico, os pais ou responsáveis por pessoas com autismo terão horário especial no trabalho.
No Brasil, não há estatísticas oficiais sobre o transtorno funcional, mas segundo a Adefa (Associação em Defesa do Autista), uma das que ajudou na construção da proposta, cerca de 2 milhões de brasileiros serão afetados pela nova lei. Segundo a entidade, o autismo chega a ser mais comum entre crianças, que doenças como Aids e diabetes. Para resolver o problema da falta de estatísticas oficiais, o projeto cria um cadastro único dos autistas.
Além de articular as ações de órgãos e serviços em todos os níveis de governo nas áreas de saúde, educação, assistência social, trabalho, transporte e habitação, o texto aprovado prevê punições para atitudes discriminatórias, como multa de três a 20 salários mínimos e sanções administrativas para o gestor escolar que recusar a matrícula de aluno com autismo. A regra vale até mesmo quando não houver mais vagas nas instituições de ensino. Em casos de "comprovada necessidade", o estudante com o transtorno deve ser incluído nas classes comuns de ensino regular. Se houver reincidência pelos professores ou outros integrantes da escola, preservado o direito ao contraditório e a ampla defesa, está prevista a perda de cargo por meio de processo administrativo.
Um dos grandes desafios do Brasil em relação a pessoas com autismo é a falta de profissionais capacitados para atuar na área, inclusive médicos. A esperança dos pais é que como o projeto estabelece a criação de centros de tratamento multidisciplinar em todo o país, force essa capacitação. “O período mais importante para tratamento é 0 até os 5 anos, mas a gente fica perambulando pelos consultórios. Quando a gente consegue o diagnóstico, já se perdeu um tempo precioso. Como o problema não tem cura, quanto mais cedo a estimulação, mais chance essas pessoas têm de desenvolvimento”, alerta Berenice.
Durante a discussão da proposta chegou a ser apresentada uma emenda que previa penas para as práticas de castigo corporal, ofensa psicológica, tratamento cruel ou degradante à criança ou adolescente com deficiência ou com autismo como forma de correção, disciplina ou outro pretexto. Mas o trecho foi retirado do texto porque o relator da proposta, senador Wellington Dias (PT-PI), argumentou que as penas previstas no Código Penal são mais rígidas que as propostas no projeto.
“Para nós, pais que temos filhos com autismo, é um marco que encerra um período de pessoas abandonadas, que viviam enclausuradas em suas casas. A partir da aprovação [do projeto], a história de sofrimento e dor acabou.” comemorou o militar Ulisses da Costa Baptista, um dos fundadores da organização não governamental Mão Amiga, do Rio de Janeiro, e pai de Rafael, de 16 anos. Ele ressaltou que a mobilização dos pais foi fundamental para que a lei fosse aprovada em dois anos, tempo considerado rápido para a tramitação de projetos no Congresso. “ Os pais agora tem um instrumento legal e fazer esses direitos saírem do papel só depende agora que eles continuem engajados”, disse.

A pedido Ulisses, em agosto de 2007, a Defensoria Pública Geral do Estado do Rio entrou com uma representação na OEA (Organização dos Estados Americanos) contra o Brasil. O documento, que até hoje está em tramitação, pede a condenação do país por não oferecer condições adequadas de atendimento aos autistas, como tratamentos avançados, existentes, por exemplo, nos Estados Unidos.
O autismo, definido em 1943 pelo psiquiatra austríaco, Leo Kanner, é um transtorno que compromete a capacidade de comunicação e desenvolvimento de relações sociais do indivíduo, que passa a se comportar de modo compulsivo e ritualista. É diferente do retardo mental ou da lesão cerebral, embora algumas crianças com autismo também tenham essas patologias. Os especialistas ainda não sabem explicar a grave dificuldade de relacionamento dessas pessoas.

Fonte:  http://ultimainstancia.uol.com.br/conteudo/noticias/59261/aprovado+projeto+que+garante+a+autistas+os+mesmos+direitos+de+pessoas+com+deficiencia.shtml
Leia mais...

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Homem em estado vegetativo consegue se comunicar através de ressonância


Um paciente em estado vegetativo por mais de dez anos, no Canadá, conseguiu se comunicar com cientistas através do monitoramento de sua atividade cerebral, a partir de um exame de ressonância magnética. Scott Routley, de 39 anos, conseguiu relatar à equipe que não sentia mais dor, segundo reportagem da BBC.

A experiência foi um marco para a história da medicina. Esta foi a primeira vez que um paciente com graves danos cerebrais conseguiu dar respostas relevantes a questionamentos. De acordo com os médicos do canadense, os manuais da medicina deverão ser reescritos. 

Após passar pelo estado de coma, os pacientes vegetais perdem a percepção sobre a realidade ao seu redor, ficando com os olhos abertos, mas sem apresentar qualquer resposta a estímulos. Routley sofreu um grave acidente de carro há 12 anos. 

Ao longo do seu tratamento, nenhum dos exames físicos foi capaz de detectar qualquer sinal de consciência ou comunicação. Diante da descoberta, o neurocientista britânico Adrian Owen, coordenador da equipe do Instituto do Cérebro e Mente da Universidade de Western Ontario, no Canadá, acredita que o paciente não está em estado vegetativo.  

"Scott foi capaz de mostrar que tem uma mente consciente e pensante. Nós o examinamos várias vezes e seu padrão de atividade cerebral mostra que ele está claramente escolhendo responder nossas questões. Acreditamos que ele saiba quem é e onde está", diz Owen, em entrevista à BBC. 

Steve Graham, outro paciente analisado pelos pesquisadores, conseguiu demonstrar que adquiriu novas memórias mesmo depois de ter sofrido um grave dano cerebral em um acidente de carro. O paciente respondeu “sim”, logo após ser questionado se sua irmã teria uma filha. A sobrinha de Graham nasceu após a sua colisão, cinco anos atrás.

Fonte: http://br.noticias.yahoo.com/homem-estado-vegetativo-consegue-comunicar-atrav%C3%A9s-resson%C3%A2ncia.html
Leia mais...

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Inserção de Deficientes

A partir das próprias dificuldades, sociólogo desenvolve tecnologia social para sinalizar o caminho da inserção dos deficientes visuais.

Vítima de uma doença degenerativa que o levou à cegueira na adolescência, Fernando Botelho, 42, teve acesso a todos os equipamentos de ponta para estudar e graduar-se em sociologia nos Estados Unidos. De volta ao Brasil, criou o F123, negócio social que usa um software livre e torna mais simples a inclusão digital, social e profissional de pessoas cegas ou com baixa visão. O programa equivale a 8% do preço do software para deficientes visuais mais vendido no mercado e beneficiou mais de 700 pessoas.

“Andar no escuro é assustador –no começo”, diz Fernando Botelho, 42, que perdeu totalmente a visão ainda na adolescência. Mas a deficiência não o impediu de ter uma trajetória ascendente.
Formado em sociologia na Universidade Cornell (EUA) e com mestrado em relações internacionais na Universidade de Georgetown (EUA), ele foi consultor da Unctad, agência das Nações Unidas em Genebra, e é fluente em inglês e espanhol.
Seu passaporte também impressiona –já morou nos EUA, na Argentina, no Chile, na Espanha, na França, nas ilhas Cayman e na Suíça.
Até se estabelecer em Curitiba, há cinco anos, com Flávia de Paula, sua mulher, nunca tinha vivido além de quatro anos em uma cidade.
Seu problema de visão começou aos quatro anos, quando a mãe percebeu que ele tinha dificuldades para encontrar os brinquedos, mas o diagnóstico de retinose pigmentar só foi dado aos nove.
Para reverter o quadro da doença, sua família recorreu até a tratamentos experimentais no exterior. A cura não veio, mas, com o apoio dos pais, Fernando teve acesso a equipamentos de ponta que amenizaram os danos causados pela falta de visão.
COMPETITIVO
Foi então que decidiu estudar sozinho nos EUA. Queria “ser competitivo em uma área que não tivesse a ver com cegueira para ser reconhecido como profissional, não como cego profissional”.

Estudou pesado, ficou popular, foi disputado para dançar no baile de formatura e ainda hoje tem contato com os amigos da universidade. Tudo isso para mostrar que não era “o ceguinho”.
Essa briga contra o estereótipo do deficiente fez ele se expor a todo tipo de situação e lhe rendeu muitos casos saborosos e lembranças difíceis. Em 2001, quando morava em Nova York, estava só na rua, perto do World Trade Center, no dia 11 de setembro mais sombrio da história.
Sua descrição do atentado, porém, é diferente daquela a que estamos acostumados: ele diz que sentia pisar em cinzas e em papéis nas ruas, que havia um silêncio incomum e um cheiro fortíssimo de queimado.
MEDOS
Fernando é obstinado naquilo que traça como meta. Teimoso e sonhador, parece não ter medo de nada. Aliás, de quase nada: nos anos em que viveu no exterior, tudo o que mais temia era ter de voltar a morar no Brasil.

“Eu sabia que tinha potencial, mas que não teria tantas chances aqui, na época. Voltar para ficar revelando filme em quarto escuro ou fazendo vassoura?”
O medo se transformou em oportunidade quando o casal resolveu encarar nova mudança em 2007.
Fernando concluiu que sua atividade na Suíça não o recompensava mais emocionalmente e que era hora de vir para o Brasil. “Eu tinha a percepção de que os cegos poderiam se desenvolver se tivessem tecnologia. O problema era o preço da tecnologia.”
Daí veio o F123, um sistema voltado para os deficientes visuais que utiliza software livre, custa menos do que os oferecidos pela concorrência e ainda possibilita aos programadores a chance de melhorar o produto.
“Vi que, se me concentrasse na área da cegueira, poderia fazer a diferença. E isso por minha experiência anterior, minha formação. Descobri que não tinha mais vergonha, que não estava diminuído por trabalhar nessa área.”
FASE DOS POR QUÊS
Com o nascimento do projeto, ele atraiu para o campo da acessibilidade a mulher, com quem divide há 14 anos variadas experiências nas andanças pelo mundo e hoje, também, o escritório: ele é a parte desenvolvedora, idealizadora. Ela, dentista, atualmente conduz toda a parte administrativa do negócio.

Pelo que ambos dizem, não é ruim conviver por tanto tempo: “A gente não briga e aprendeu a confiar um no outro”, afirma Flávia.
A irmã, Ana Botelho, destaca entre as características do empreendedor “sua incansável vontade de aprender mais em tudo e a incrível teimosia de não desistir frente a uma negação ou obstáculo”. O pai, José Botelho, costuma dizer que o filho “não saiu da fase dos por quês”.
Os amigos o definem como alguém especial. “Ele é altamente empreendedor e, ao mesmo tempo, dotado de consciência social”, afirma Lukas Stückling, com quem trabalhou na Suíça e que hoje é conselheiro do projeto F123.
Fernando conta que sempre teve duas obsessões: provar ao mundo do que é capaz e ser útil a esse mesmo mundo. Porque andar no escuro, afinal de contas, é só uma forma diferente de andar.

Leia mais...

sábado, 20 de outubro de 2012

Filhos e felicidade

Por que a discussão realista sobre os problemas da paternidade causa tanto desconforto – e como ela pode ensinar os casais a sofrer menos.

 

É 1 hora da madrugada. Um choro estridente desperta a ex-judoca olímpica Danielle Zangrando, de 33 anos. Desde que levou Lara do hospital para casa, as mamadas a cada três horas impedem o sono de antes. Ela pula da cama e oferece à filha o peito. Depois, troca a décima fralda daquele dia, embala a bebê no colo, caminha com ela em busca de uma posição que a faça parar de chorar. O choro prossegue. Daniele tenta bolsa de água quente e gotinhas de remédio. Nada de o berreiro cessar. Duas horas depois, mãe e filha formam um coro: Danielle também cai em prantos, desesperada. É a primeira cólica de Lara, com 20 dias de vida. O pai, Maurício Sanches, funcionário público de 48 anos, se sente impotente. Está frustrado e desconta a frustração na mulher: “Você comeu algo que fez mal a ela?”. A partir de então, Danielle se privará também do chocolate. Já desistira do sono, da liberdade, do trabalho como comentarista de esporte. Na manhã seguinte, ainda exausta da maratona noturna, retomará a mesma rotina, logo cedo: amamentar, dar banho, trocar fralda, botar para dormir. “Ninguém sabe de verdade como é esse universo até entrar nele”, diz Danielle. Hoje, Lara está com 2 anos. As noites não são tão duras quanto costumavam ser. Mas Danielle e Sanches ainda dizem que ter filhos é uma missão muito mais difícil do que eles haviam imaginado.
Eis um problema: a paternidade, que deveria ser o momento mais feliz da vida dos casais – de acordo com tudo o que aprendemos –, na verdade nem sempre é assim. Ou, melhor dizendo, não é nada disso. Para boa parte dos pais e (sobretudo) das mães, filhos pequenos são sinônimo de cansaço, estresse, isolamento social e – não tenhamos medo das palavras – um certo grau de infelicidade. Ninguém fala disso abertamente. É feio. As pessoas têm medo de se queixar e parecer desnaturadas. O máximo que se ouve são referências ambíguas e cheias de altruísmo aos percalços da maternidade, como no chavão: “Ser mãe é padecer no Paraíso”. Muitas que passaram pelo padecimento não se lembram de ter visto o Paraíso e, mesmo assim, realimentam a mística. Costumam falar apenas do amor incondicional que nasce com os filhos e das alegrias únicas que se podem extrair do convívio com eles. A depressão, as rachaduras na intimidade do casal, as dificuldades com a carreira e o dinheiro curto – disso não se fala fora do círculo mais íntimo e, mesmo nele, se fala com cuidado. É tabu expor a própria tristeza numa situação que deveria ser idílica.
 
A boa notícia para os pais espremidos entre a insatisfação e a impossibilidade de discuti-la é que começa a surgir um movimento que defende uma visão mais realista sobre os impacto dos filhos na vida dos casais. Seus adeptos ainda não marcham nas ruas com cartazes contra a hipocrisia da maternidade como um conto de fadas. Mas exigem, ao menos, o direito de falar publicamente e com franqueza sobre as dificuldades da situação, sem ser julgados como maus pais ou más mães por se atrever a desabafar. Por meio de livros e, sobretudo, com a ajuda da internet, eles começam a falar claramente sobre os momentos de angústia, tédio e frustração que costumam acompanhar a criação dos filhos. Nas palavras da americana Selena Giampa, uma bibliotecária de 35 anos, dona do blog Because Motherhood Sucks (A maternidade enche...), “a maternidade está cheia de momentos de pura felicidade e amor. Mas tudo o que acontece entre esses momentos é horrível. Amo ser mãe, de verdade. Mas tenho de dizer a vocês que, assim como qualquer outro emprego, muitas vezes eu tenho vontade de pedir as contas”. Com uma notável diferença: ninguém pode se demitir do emprego de mãe ou de pai. Ele é vitalício.
O melhor exemplo dessa nova maternidade é o livro Why have kids (Por que ter filhos), sem previsão de lançamento no Brasil, escrito pela jornalista americana Jessica Valenti, de 34 anos. Durante a gravidez de sua primeira e única filha, Jessica teve um aumento perigoso de pressão arterial. Layla nasceu prematura, pesando menos de 1 quilo. Passou oito semanas na incubadora do hospital. Ao longo dos 56 dias em que viu a filha sofrer dezenas de procedimentos invasivos, Jessica refletiu sobre como idealizara a experiência de ser mãe. Seu livro parte daí para criticar a cobrança pela maternidade perfeita, uma espécie de pano de fundo imaginário contra o qual as mães de verdade comparam suas imensas dificuldades e seus inconfessáveis sentimentos negativos. “Não falar sobre a parte ruim da maternidade só aumenta o drama dos pais e as expectativas irrealistas de quem ainda não é”, disse Jessica a ÉPOCA

http://revistaepoca.globo.com/Sociedade/noticia/2012/10/filhos-e-felicidade.html

 

Leia mais...

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Após greve de colegas, universitário com surdez consegue intérprete


Aluno da PUC-GO já está sendo acompanhado por profissional em sala. Ele estava desde o dia 28 de setembro sem poder assistir às aulas. 


O aluno com deficiência auditiva do 4º período do curso de história da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), em Goiânia,  já está sendo acompanhado por uma intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras). No início da semana, os colegas de Rodrigo Nascimento Guedes, de 21 anos, fizeram uma paralisação em solidariedade ao jovem que desde o dia 28 de setembro estava sem ir às aulas por falta de um intérprete em sala para ajudá-lo a compreender o conteúdo.
De acordo com a representante da turma, Rosemeire Vaz, a nova intérprete já iniciou o trabalho na quinta-feira (19), dois dia após a reivindicação dos alunos. Segundo ela, a instituição foi acionada sobre o problema 30 dias antes do antigo intérprete sair, quando ele começou a cumprir aviso prévio. “Tivemos que fazer essa greve. Ou seja, ele ficou quase 30 dias, desde a saída do outro profissional, sem acompanhamento”.
A universidade informou que já tinha aberto vagas para o cargo. Porém, alega que mesmo diante da divulgação das mesmas, nenhum candidato havia se habilitado. A assessoria de imprensa informou também, na manhã desta sexta-feira (19), que a universidade já estava à procura do profissional e que ele seria contratado independentemente da paralisação dos alunos.
utra colega de Rodrigo, Heloiza Helena Leite, diz que acredita que a manifestação dos alunos tenha ajudado a divulgar o caso e a solucioná-lo: “Não tivemos a intenção de mostrar o lado negativo, mas apenas reivindicar um direito para que ele seja, de fato, garantido. Fico muito feliz que ele tenha conseguido”. No entanto, a estudante tem medo de que o colega volte a ficar sem o acompanhamento: “Agora, vamos ver na prática o que vai acontecer, se ela vai permanecer, se vai ser assegurado esse direito à acessibilidade”, argumenta.
Direito
De acordo com o artigo 23 do Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005, as instituições de educação superior “devem proporcionar aos alunos surdos os serviços de tradutor e intérprete de Libras - Língua Portuguesa em sala de aula e em outros espaços educacionais, bem como equipamentos e tecnologias que viabilizem o acesso à comunicação, à informação e à educação”.

Segundo a mãe de Rodrigo, Rosemeire Bento Nascimento Guedes, o filho perdeu 100% da audição aos dois anos, em decorrência da meningite. “Ele fica triste com a situação porque ele é muito esforçado. Trabalha e estuda para ser igual aos outros. Mas como ele não faz leitura labial, sem a intérprete fica difícil. Quando ele fez o vestibular, apresentou um laudo médico e a PUC sabia que estava recebendo um aluno com surdez”, lembra.

Leia mais...

sábado, 13 de outubro de 2012

Museu de biologia permite que cegos toquem micro-organismos


Cegos e pessoas com baixa visão vão poder tocar alguns micro-organismos que visitantes convencionais do Museu de Microbiologia do Instituto Butantan, na zona oeste de São Paulo, só veem por meio do microscópio ou em reprodução artística.
O espaço conta, desde a semana passada, com modelos táteis, para serem manuseados por deficientes visuais, de quatro grupos de micro-organismos: fungos, bactérias, vírus e protozoários.
"Museus de todo o mundo tem uma grande preocupação com a acessibilidade e estão procurando maneiras de resolver a questão. Vínhamos notando também a necessidade de atender o público com deficiência visual", afirmou Viviane Maimoni Gonçalves, diretora do museu.


Os objetos da exposição "Microtoque", desenvolvidos por um grupo especializado, simulam características dos micro-organismos. Cores contrastantes e fortes foram adotadas para ajudar pessoas de baixa visão a compreenderem melhor os materiais.
Os cegos também poderão percorrer a estrutura do museu com a ponta dos dedos. Foi produzida uma maquete do local para ser tateada.
Além disso, o visitante poderá tocar, dentro da Praça dos Cientistas, os bustos que simbolizam 11 grandes pesquisadores mundiais, de Albert Sabin a Vital Brasil.
As explicações sobre as características dos micro-organismo e a biografia dos cientistas são dadas aos deficientes por meio de áudio-guia.
As visitas para o público com deficiência visual acontecem as sextas-feiras, duram cerca de uma hora e precisam ser agendadas.
"Adorei poder ter contato com os fungos e as bactérias", disse sorrindo a funcionária pública Maria Rita Paiva de Souza, que é cega.
Segundo ela, que é dona de cão-guia e pode entrar normalmente na exposição com o companheiro, "o material é muito bem-feito e vai ajudar, principalmente, estudantes de biologia e crianças".
MUSEU DE MICROBIOLOGIA DO INSTITUTO BUTANTAN
ONDE: Av. Vital Brasil, 1.500
QAUNTO: Visitas de deficientes visuais são de graça e devem ser agendadas pelo (11) 2627-9541


Leia mais...

Materiais disponíveis no Portal do Professor

Gente este material foi disponibilizado pelo curso de de tecnologias Assistivas na Educação que estou cursando através da UNESP, compartilho com vocês. Façam bom proveito e visitem os Links.


Exemplos de Aulas do site Portal do Professor/MEC que utilizam OA de diferentes disciplinas e que têm cunho inclusivo:

 

Aula Reciclagem:
Conhecendo o estado do Paraná:
O Sistema Solar:
Saneamento Básico: você sabe o que é isso? E qual sua importância?
Conhecendo o arquipélago de Fernando de Noronha
Aprendendo um pouco sobre a construção das Leis
Somos todos iguais?
Alimentos raízes?
De onde vêm as ondas do mar?
Lixo e Natureza não combinam!

Alfabetizando por meio de histórias em Quadrinhos!
De onde vem a energia elétrica?
Amigos da Água
Como combater a Dengue?
Aprendendo a compor frases!
O Corpo Humano
Quebrando a Cabeça com o Brasil
A criação do Universo, sob diferentes pontos de vista
Quebra-Cabeça e Reciclagem
Conhecendo a LIBRAS

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=1017

 

Soroban: o que é e como se utiliza?

Você já ouviu falar sobre Tecnologias Assistivas?

O que é acessibilidade e porque ela é tão importante?

 

O que é Síndrome do X-Frágil? Por que síndrome e não Doença?

O Autismo no contexto escolar.

Síndrome de Williams-Beuren: o que é? Por que é síndrome e não Doença?

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=22160

 

Paralisia Cerebral: que parte do cérebro é atingida?

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=22053

Violência na escola! Diga não!

Como construir uma escola Inclusiva e Acessível para todos

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=19578

 

As Deficiências Múltiplas na escola

A Deficiência Auditiva na escola

A Deficiência Visual na escola

A Deficiência Física na escola

A Deficiência Mental na escola

Brincando de aumentar e diminuir/ Educação Física/Ensino Especial
Usando os bambolês/Ensino Especial/ Discalculia
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=15552
A ação motora e a Hiperatividade/Ensino Especial
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=24270
Pontos cardeais: trabalhando a noção de direção/ Educação Física/ Ensino Especial
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=18532
Brincar e Desenvolver: esquema corporal e equilíbrio/ Educação Física/Ensino Especial
Auto-conceito: escolhas e iniciativas/ Educação Física/Ensino Especial
Forma geométrica: brincando com a bola/ Educação Física/ Ensino Especial
Elementos básicos para se equilibrar/Ensino Especial
Associar: figuras e seus significados / Ensino Especial
Brincando com as letras/ Ensino Especial
Relaxamento corporal /Ensino Especial
Noção de tempo e espaço / Ensino Especial
Trabalhando a organização de caminhos e trajetórias/ Ensino Especial
Localização geográfica: conhecendo o mundo/ Educação Física/Ensino Especial
Data Comemorativa: Dia das Saudações
Autoconfiança: Vamos ver quem consegue? / Ensino Especial
Data Comemorativa: Dia do Inventor/ Ensino Especial
Modelar e construir letras e palavras/ Ensino Especial

Tabuleiro: instrumento de aprendizagem/ Ensino Especial
Trabalho articulado entre o canto e a dança/ Ensino Especial
Brincando com Bexigas/Ensino Especial
Contar histórias, traçar trajetórias: eu começo e você continua.../ Ensino Especial
Brincando com as diferenças/Ensino Especial
Vamos brincar de contar?/Ensino Especial
Data Comemorativa: Dia do Feirante/ Ensino Especial
Trabalhando o lançar e receber /Ensino Especial
A construção do movimento como forma de expressão/Ensino Especial
Autoconhecimento e a forma de ação/Ensino Especial
Conhecer e controlar os movimentos /Ensino Especial
Equilíbrio e deslocamentos corporais em diferentes níveis e trajetórias/Ensino Especial
Conhecendo os números/ Educação Física/ Ensino Especial

Lateralidade: de um lado para o outro/Ensino Especial
Trabalho articulado entre instrumento musical e canto/Ensino Especial
Instrumentos de percussão: sons e ritmos /Ensino Especial
Trabalho articulado entre a música e o canto/Ensino Especial
Malabarismo: controle do pegar e soltar /Ensino Especial
Controle manual: pinçar e pegar/Ensino Especial
O Circo e os movimentos/Ensino Especial
Data Comemorativa: Dia do Teatro/ Ensino Especial
Pensar, Repensar e Representar/Ensino Especial
Brincando e coordenando-se /Ensino Especial/ Deficiência Mental
Diferentes formas de conhecer e reconhecer o outro/Ensino Especial
Concentração e sua capacidade de ação/Ensino Especial
Relação entre imagem e ação corporal / Ensino Especial

Organização de trajetórias/Ensino Especial
Data Comemorativa: Dia do Pintor/ Ensino Especial
Socialização: elemento para trabalhar com TDAH/Ensino Especial
Posturas: quadrupedia e cócoras e suas possibilidades de equilíbrio/Ensino Especial
Criando sua própria história/Ensino Especial
Confeccionar e Brincar/ Ensino Especial/ Deficiência Intelectual
Aula inclusiva para crianças com deficiência visual
Sílabas e Palavras: embaralhando e desembaralhando / Ensino Especial
Trabalhando com números e contas / Educação Física / Ensino Especial
Aprendendo a escrever/ Ensino Especial
Data Comemorativa: Dia do Trânsito/ Ensino Especial
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=26228
Leia mais...

Valor de ser educador...

Leia mais...

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Trabalhar a Inclusão


Texto extraído de: Vida Mais Livre

Muita gente associa o conceito de acessibilidade apenas ao ir e vir de um lugar ao outro. A verdade é que a qualidade do que é acessível se estende por várias áreas, serviços e direitos, que juntos passeiam por nossa vida cotidiana e nos permitem exercer cidadania. O acesso ao mercado de trabalho é um exemplo destas frentes a ser contempladas.

No último mês, no dia 24 de julho, a Lei de Cotas comemorou seus 21 anos de vigência no Brasil. Para celebrar o marco, lançamos no portal Mara Gabrilli (www.maragabrilli.com.br) uma importante ferramenta para orientar as empresas na contratação de pessoas com deficiência: a Cartilha de Inclusão Profissional.
Leia também:


O material traz 50 páginas com informações de procedimentos técnicos e legais para o desenvolvimento de programas de inclusão dentro das empresas, abordando etapas como a sensibilização no ambiente de trabalho, a importância do mapeamento de cargos e funções, além de soluções de tecnologia assistiva, acessibilidade, treinamento e capacitação.
Podendo servir como um guia de bolso para profissionais que atuam na área de Recursos Humanos, a cartilha foi criada com o intuito de quebrar preconceitos e fortalecer os princípios da inclusão, como o respeito à diversidade humana e a promoção da acessibilidade nos ambientes.

Além de cumprir o percentual de cotas, o empresariado deve trabalhar as diferentes necessidades de cada indivíduo dentro do ambiente de trabalho, oferecendo acessos e ferramentas para que qualquer funcionário desenvolva suas funções com autonomia. Hoje, infelizmente, mais de 40% das empresas não cumprem as cotas para funcionários com deficiência. Segundo o Ministério do Trabalho a média de execução da lei é 21%. Em dez vagas que o país deveria destinar a pessoas com deficiência, apenas duas são preenchidas.
O baixo número também é um reflexo das dificuldades que o cidadão com deficiência enfrenta no dia a dia para sair de casa. Sem calçadas em boas condições e transporte acessível é quase impossível garantir que uma pessoa com deficiência chegue com autonomia e segurança ao local de trabalho.

Ou seja, a acessibilidade não deve estar presente apenas da empresa para dentro. Tem que ser trabalhada como um dos pilares da mobilidade urbana. Afinal, de que adianta um funcionário cego ter acesso em sua empresa a softwares com leitor de tela, se a calçada que o leva até o seu trabalho não tem piso podotátil nem calçamento adequado? Se o ônibus não tem espaço para o seu cão-guia nem aviso sonoro? Ou o pior: se o motorista do veículo sequer para no ponto para que ele possa utilizar o serviço?

Garantir acessos implica em atitudes que integrem o ser humano em todas as áreas da sociedade. É uma questão de atitude, de agir de maneira acessível às diferentes necessidades de cada um. E o trabalho é sem dúvida uma das principais ferramentas de integração social. Além de garantir poder de consumo, dignidade e bem-estar, é o que nos permite almejar metas. Sonhar. Paralisada do pescoço para baixo desde os meus 26 anos, sempre fui ativa – antes e pós-tetraplegia. A realidade é que deficiência alguma subtrai a inquietação de alma e nossa vontade de produzir.

Esse desejo reside em qualquer pessoa com deficiência. Cabe aos gestores públicos planejarem cidades que se adaptem à diversidade humana. E compete às empresas permitir que as pessoas aflorem suas capacidades e contribuam com seu talento.

Fonte:  http://blog.isocial.com.br/trabalhar-a-inclusao/
Leia mais...

Dia das Crianças... Não podemos esquecer destas...


Recebi esse vídeo de um grande profissional, psicólogo que eu considero exemplo de dedicação pelo trabalho que faz com as crianças e famílias. Carlos Barreto.

A música que toca ao fundo chama-se "Taare zameen par" e é tema do filme de mesmo nome.
Sei que é difícil fazer algo pelas crianças e seus problemas no mundo todo, mas podemos, pelo menos, dar um passo importante tentando educar as nossas.

A intolerância, a ganância, o egoísmo, a arrogância e a hipocrisia não nascem com as crianças. Elas aprendem. Tentem não ensiná-las.




Leia mais...

sábado, 6 de outubro de 2012

Inclusão: 7 professoras mostram como enfrentam esse desafio

Ensinar crianças e jovens com necessidades educacionais especiais (NEE) ainda é um desafio. Nos últimos dez anos, período em que a inclusão se tornou realidade, o que se viu foi a escola atendendo esse novo aluno ao mesmo tempo que aprendia a fazer isso. Hoje ainda são comuns casos de professores que recebem um ou mais alunos com deficiência ou transtorno global do desenvolvimento (TGD) e se sentem sozinhos e sem apoio, recursos ou formação para executar um bom trabalho. Dezenas de perguntas recebidas por NOVA ESCOLA tratam disso. Mas a tendência, felizmente, é de mudança - embora lenta e ainda desigual. A boa-nova é que em muitos lugares a inclusão já é um trabalho de equipe. E isso faz toda a diferença.

A experiência de Roberta Martins Braz Villaça, da EMEB Helena Zanfelici da Silva, em São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo, comprova isso. Entre seus 24 alunos da pré-escola está Isabelly Victoria Borges dos Santos, 5 anos, que tem paralisia cerebral. Apesar do comprometimento motor, a menina tem a capacidade cognitiva preservada. Na escola desde o ano passado, ela participa de todas as atividades. "Os conteúdos trabalhados em sala são os mesmos para ela. O que eu mudo são as estratégias e os recursos", explica a professora.

Isabelly se comunica por meio da expressão facial. Com um sorriso ela escolhe as cores durante uma atividade de pintura. No parque, com a ajuda das placas de comunicação, decide se quer brincar de blocos de montar ou no escorregador. Nas atividades de escrita, indica quais letras móveis quer usar para formar as palavras e já reconhece o próprio nome. "Ela tem avançado muito e conseguido acompanhar a rotina escolar", comemora a professora.

Roberta não está sozinha nesse trabalho. Ela conta com o apoio diário de uma auxiliar, que a ajuda na execução das atividades, na alimentação e na higiene pessoal de Isabelly. Outra parceira é a professora do atendimento educacional especializado (AEE). Num encontro semanal de uma hora, elas avaliam as necessidades da menina, pensam nas estratégias a utilizar e fazem a adaptação dos materiais.

Inaugurada em 2001, a escola em que Roberta leciona já foi construída levando em conta a inclusão: o projeto previa um elevador e um espaço para uma futura sala de recursos. Mas daí a funcionar com qualidade, com materiais diversos e uma equipe afinada, foi um longo caminho. "Somente em 2005 passamos a contar com estagiários e auxiliares em sala", lembra a diretora, Maria do Carmo Tessaroto.

Gestores preocupados com a questão e que buscam recursos e pessoal de apoio fazem da inclusão um projeto da escola. Dessa forma, melhoram as condições de trabalho dos professores, que passam a atuar em conjunto com um profissional responsável pelo AEE, a contar com diferentes recursos tecnológicos e a ter ciência de que o aluno com deficiência ou TGD não é responsabilidade exclusivamente sua. Com a parceria da família, as possibilidades de sucesso são ainda maiores, como você verá nas páginas a seguir.

Fonte:  http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/inclusao-7-professoras-mostram-como-enfrentam-esse-desafio-639054.shtml
Leia mais...