sábado, 28 de julho de 2012


Olá amigos queridos  e visitantes, ando afastada nao é? Me dei ao luxo de desligar um pouco deste mundo virtual,  tirei uns dias de férias pra resolver algumas coisas, cuidar de mim...

Você em algum momento da vida parou pra olhar pra dentro de si, olhar a sua volta, reparar coisas simples que talvez no contexto da vida façam toda a diferença?? EXPERIMENTE!!
Já já  estou de volta, renovada!!
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quinta-feira, 12 de julho de 2012

Queniano quer rodar 4 mil quilômetros em cadeira de rodas


Zack, como é mais conhecido, é um nome extremamente incomum no Quênia, o que conferiu certo grau de curiosidade e respeito a Kimotho.

Ele era um promissor veterinário queniano especializado em grandes animais, perito em diagnosticar pneumonia em ovelhas e tirar a temperatura de camelos, uma tarefa não muito fácil nem particularmente bela de executar. Porém, tudo teve um fim prematuro certa tarde nos arredores de Nairóbi, quando seu automóvel foi roubado e ele levou um tiro no ombro, ficando paraplégico.


Zack está tentando viajar numa cadeira de rodas de Nairóbi à Cidade do Cabo, África do Sul, uma jornada de quase quatro mil quilômetros, atravessando alguns dos países mais pobres do mundo, buscando arrecadar US$ 3 milhões para um tremendamente necessário centro de reabilitação da medula espinhal no Quênia. Cada vez é maior o número de quenianos cujas colunas foram quebradas em acidentes de micro-ônibus, os quais chegam a matar 20 pessoas por vez, ou são baleadas durante assaltos e terminam paralisadas, sem que exista no país um local dedicado à reabilitação da medula espinhal.

Essa é a causa de Kimotho.
Depois de partir há mais de 20 dias, ele avançou cerca de cem quilômetros. O primeiro par de luvas já se desgastou e os ombros doem. Nesse ritmo, rodando cerca de cinco quilômetros por dia, ele levaria mais de dois anos para chegar até o extremo da África.

No fim de junho, enquanto recuperava o fôlego sob uma sombra, Kimotho falou: "Cara. Alguém tem água?".
A jornada de Kimotho elevou o astral desta terra, onde as pessoas estão ávidas pela história de um "Rocky" local, afastando-se da política étnica e temores do terrorismo que têm dominado as manchetes ultimamente.


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Francês com quatro membros amputados atravessa estreito de Gibraltar



O nadador francês Philippe Croizon, que tem seus quatro membros amputados, conseguiu atravessar a nado o estreito de Gibraltar, entre Tarifa e Tânger, nesta quinta-feira.
 Croizon partiu da localidade espanhola de Tarifa e levou 5h20min para alcançar a costa marroquina, distante 16 quilômetros. Sob condições de mar excepcionalmente calmas, o nadador chegou à praia de Cirès, ao norte da África.
O atleta sofreu um acidente em 1994 quando tinha 26 anos. Ele sofreu uma discarga elétrica, que posteriormente obrigou a uma amputação de suas quatro extremidades, vários meses de hospitalização e intervenções cirúrgicas.
O mesmo nadador já havia conseguido em 18 de setembro de 2010, então com 42 anos, atravessar o Canal da Mancha em 13h26min.
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quarta-feira, 4 de julho de 2012

Britânica que perdeu as pernas em atentado vai às Paraolimpíadas no vôlei sentado

A história do atentado terrorista de 7 de julho de 2005, que matou 52 pessoas em Londres, tem muito a ver com os Jogos Olímpicos. O ataque aconteceu um dia depois da capital britânica ser escolhida como sede da edição de 2012. Para Martine Wiltshire, o maior evento esportivo do mundo representa a afirmação depois de uma tragédia pessoal. Há sete anos, ela perdeu as duas pernas por conta de uma das quatro bombas que estremeceram a cidade.

Hoje ela é uma das sobreviventes mais conhecidas do atentado, que mexeu com a vida de muitos londrinos. Além da atuação como uma espécie de embaixatriz dos deficientes, ela compõe o time britânico de vôlei sentado, e estará nas Paraolimpíadas que serão disputadas em sua cidade a partir de 29 de agosto.

“É incrível ser escolhida. É o maior evento da Terra, e está vindo para a cidade em que eu nasci. Eu sempre sonhei fazer parte disso e agora vou deixar meu país orgulhoso”, disse a atleta ao jornal Telegraph, logo após a convocação.

Até 2005, no entanto, o sonho olímpico estava bem distante. Wiltshire era formada em psicologia e comunicação e tinha um trabalho burocrático em um escritório londrino. No dia do atentado ela mudou a rota que fazia tradicionalmente e tomou um ônibus a caminho do emprego.

Um dos quatro terroristas estava justamente no veículo dela e explodiu a bomba que carregava consigo, matando seis, além dele mesmo. Wiltshire foi arremessada longe com cortes graves logo abaixo dos dois joelhos. Quando foi socorrida, ela já tinha perdido quase 75% do sangue do corpo.

Levada a tempo ao hospital, conseguiu sobreviver ao amputar as duas pernas e se tornou um dos símbolos dos sobreviventes. Fez campanhas para ajudar as famílias das vítimas, voltou aos poucos à rotina normal e passou a praticar o vôlei sentado.

Pela história de superação, ganhou alguns prêmios como atleta, mesmo não sendo o grande destaque técnico do seu time. Sua tarefa em quadra, no entanto, será das mais difíceis. Como acontece na maioria dos esportes coletivos, olímpicos ou paraolímpicos, o Reino Unido não tem uma grande tradição no vôlei sentado.

Esta é a primeira participação da equipe na história, e só acontecerá pelo fato de que os britânicos são os donos da casa. A fragilidade do time, no entanto, não se sobrepõe à história de Wiltshire. O ataque de 2005 foi o último grande atentado ordenado pela Al-Qaeda, organização fundamentalista então comandada por Osama bin Laden, morto no ano passado.

A execução, na época, ficou por conta de quatro pessoas: três ingleses descendentes de paquistaneses e um jamaicano radicado em Londres. O abalo afetou toda a concepção de segurança da capital britânica, que passou por semanas de incerteza. Duas semanas depois do atentado, o brasileiro Jean Charles de Menezes foi morto pela polícia local no metrô ao ser confundido com um suposto terrorista, em um caso que gerou um incidente diplomático e chegou a virar filme.


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Estudante cego de SP vai cursar ciência da computação nos EUA

Maurício Almeida, de 18 anos, foi aprovado pela Universidade de Michigan. Ele abriu uma empresa e traduz jogos na internet para deficientes visuais.

Maurício Almeida, de 18 anos, tem pressa. Nasceu aos 6 meses e foi para a incubadora, onde o ar descolou sua retina. Desde então, percebe apenas contornos e cores. A bengala o ajuda a se locomover. O jovem nunca estudou em escolas especiais, domina o braile, mas hoje o substituiu pelos softwares que leem textos no computador. Aprendeu inglês com jogos na internet, foi professor voluntário e, recentemente, foi aprovado para cursar ciência da computação na Universidade de Michigan, nos Estados Unidos. A estreia do passaporte será em agosto.

O garoto nem chegou a prestar vestibular no Brasil. Concluiu o ensino médio em uma escola americana com sede em São Paulo e nesse período decidiu que queria morar fora do país. Escolheu os Estados Unidos por acreditar que as universidades americanas têm mais estrutura para os deficientes visuais. A formação facilitou o ingresso. Para concorrer à vaga, Maurício não teve de fazer o teste de proficiência em inglês, o Toefl (Test of English as a Foreign Language), mas encarou o Scholastic Assessment Test (SAT, Teste de Avaliação Escolar), uma espécie de "Enem americano".

O estudante, que mora em São Paulo com o pai consultor, a mãe dona de casa e um irmão mais novo, nunca saiu do Brasil, mas diz estar tranquilo com a mudança para os Estados Unidos. Vai morar no campus da universidade. Não teme bullying, preconceito ou qualquer outro tipo de discriminação por conta da limitação visual. “Não fui criado como um ‘cego coitado’, por isso não sei o que é preconceito. Sempre me considerei normal e nunca fui rejeitado”, diz. Maurício não acredita que a deficiência tenha interferido no processo de seleção da universidade.

'Saio à noite, tomo uísque'

A deficiência nunca o limitou, e a tecnologia é uma grande aliada. Tanto que em fevereiro criou a própria empresa, que vende hospedagem de sites e rádios na internet. Também coordena a criação de um site que traduz do inglês para português jogos na internet para deficientes visuais que, segundo ele, são o único de entretenimento para este público. O notebook da Apple sempre o acompanha na mochila. Um software lhe permite ler e-mails, livros, acessar sites de notícias e escrever o que quiser. Houve um tempo em que o pai precisava escanear os livros para permitir o uso do software, hoje não mais. Para o celular, usa um aplicativo que reproduz os comandos e o som das teclas. Para provar a habilidade, Maurício digita rapidamente a mensagem ‘isso é um teste’ e encaminha para o celular da reportagem.
 
Quando questionado se tem uma vida normal de adolescente, Maurício não titubeia. “Claro que sim. Não deixo de fazer nada, saio à noite, tomo uísque, mas não fumo, não gosto de cigarro. Faço minhas farras”, afirma, enquanto devora um saquinho de pão de mel durante a conversa, que ocorreu em um café no Shopping Ibirapuera, em São Paulo. O jovem diz que, se pudesse enxergar, sua vida seria diferente, mas não necessariamente melhor. “A deficiência faz você crescer, talvez se enxergasse não tivesse estímulo. Não iria selecionar meus amigos, por exemplo. Hoje só falo com gente que se gosta, que tem vontade de fazer algo diferente para si mesmo.”

'A adaptação é minha'

Maurício aprendeu inglês jogando na internet durante a infância. Mais tarde, se tornou professor voluntário na escola americana onde cursou o ensino médio. Lá havia um programa para ensinar filhos de funcionários e familiares de alunos. Nunca estudou em escolas especiais. “Sou contra, acho um atraso porque eu tenho de me adaptar à sociedade, não o contrário. A sociedade tem de me dar estrutura, mas a adaptação é minha.”

Fã de história, política e economia, o futuro estudante de ciências da computação e ‘nerd’, como o próprio se intitula, diz que pretende se formar nos Estados Unidos e, ao término da graduação, voltar para o Brasil, mas sabe que os planos podem mudar. “Hoje gostaria de voltar, mas tenho plena consciência de que isto pode não acontecer e estou aberto.” Um sonho é ver a educação brasileira no padrão da americana para que os jovens não precisem deixar o país para estudar.

A notícia da aprovação da Universidade de Michigan chegou por e-mail em dezembro do ano passado. Para comemorar, Maurício abriu uma garrafa de champanhe e encaminhou o e-mail para o pai. Foi o presente de Natal da família. O custo, que inclui a mensalidade e gastos com alimentação e hospedagem, será de 44 mil dólares por ano (cerca de R$ 90 mil).

Neste mês de julho, Maurício quer “ver gente, se encontrar com amigos e se despedir.” Tem pressa em viajar.


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terça-feira, 3 de julho de 2012

Seduc promove formação para professores que atuam no Ensino Especial

Em mais um encontro de mediadores da inclusão o tema debatido foi TDAH


A Secretaria de Estado da Educação (Seduc), por meio da Gerência de Ensino Especial, promoveu o IV Encontro de Mediadores da Inclusão. Com o tema “Transtorno / Déficit de Atenção / Hiperatividade (TDAH)”, o evento teve o objetivo de levar novas informações aos mediadores e multiplicar o conhecimento de todos que atuam no Ensino Especial para melhorar, cada vez mais, o atendimento aos alunos que contam com o empenho e a dedicação dos profissionais desta gerência.

Na abertura do encontro, a Gerente de Ensino Especial da Seduc, Lorena Resende Carvalho, falou do trabalho desenvolvido para atender os estudantes e da importância da divulgação e repercussão das ações realizadas. O evento também contou com palestra da professora Graciele Nascimento e Silva. Em sua fala, ela esclareceu diversas questões relacionadas ao TDAH, como as formas possíveis de diagnóstico e o papel do educador na sondagem inicial. Além disso, os profissionais relataram experiências vividas no cotidiano e participaram de oficina sobre o “Relatório Bimestral do Mediador da Inclusão”.
“O trabalho com alunos com TDAH não é complexo, pois em sua maioria trata-se de crianças muito inteligentes, necessitando apenas de intervenções específicas para que seu desenvolvimento seja significativo”, destacou Graciele Nascimento. Sob esta ótica, destaca a profissional, a Escola Estadual José Pontes de Oliveira, em Bela Vista de Goiás, vem realizando um trabalho voltado ao desenvolvimento efetivo dos alunos com TDAH. Esta unidade percebeu a necessidade de um trabalho específico para estes estudantes, pois os mesmos estavam abaixo da média de aprendizagem dos demais alunos.

A psicóloga Floriana Regis dos Santos, servidora da Subsecretaria de Educação de Aparecida de Goiânia, afirmou que, na sua regional, a ação dos mediadores tem transformado a realidade das escolas públicas. Segundo ela, está sendo criada “uma nova consciência” nos relacionamentos interpessoais da comunidade escolar. Em Goiás, ressaltou a psicóloga, as unidades educacionais que possuem estudantes com TDAH ou com algum tipo de deficiência recebem salas que dispõem de recursos específicos para melhorar o processo de ensino e aprendizagem destes estudantes e também atendimento educacional especializado, que ocorre no contraturno. A Gerência de Ensino Especial acompanha todo o processo.

TDAH – Portadores de TDHA apresentam, entre outras características, dificuldades em manter o foco e a atenção. O transtorno também leva à falta de controle da impulsividade e agitação, mais conhecida como hiperatividade. Pode ser controlado por medicação e acompanhamento. Estudos mostram que os filhos de portadores do TDHA têm até 8% mais chance de adquiri-lo. As causas ainda não são totalmente conhecidas.

Fonte:   http://www.see.go.gov.br/imprensa/?Noticia=3523
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segunda-feira, 2 de julho de 2012

Sala de braile na Biblioteca Municipal de Porto Velho é pouco visitada

Acervo ultrapassa 1,4 mil livros em braile. Cadastro não chega a 10 leitores, segundo coordenadora.

Mais de 1,4 mil livros em braile estão à espera de leitores na Biblioteca Municipal Francisco Meireles, localizada na praça João Nicoleti, Centro de Porto Velho. Mas, de acordo com a coordenadora Genoveva Gonçalves Brasileiro, é pouco procurado. O espaço reaberto em setembro do ano passado recebe menos de 10 leitores assíduos. "Nosso cadastro é muito pequeno porque muitos deficientes visuais não dominam o braile", diz Genoveva.

A coordenadora afirma que a maior dificuldade é o interesse. Muitos adultos não conseguem aprender e os jovens preferem usar outras ferramentas, como o computador.

Segundo o presidente da Associação de Deficiente Visual de Rondônia, Carlos Rodrigo Cataca, além da falta de hábito o principal problema é a acessibilidade. Carlos disse ao G1 que Porto Velho não está preparada para o deficiente físico. "A dificuldade começa em chegar até a biblioteca. O transporte não nos ajuda", diz.

São 250 associados em Porto Velho, entre idosos e deficientes físicos. Apenas 60 são deficientes visuais. Deste número, de acordo com Carlos, cerca de 10% aprenderam a ler no Sistema Braille.

Carlos afirma que é necessário criar projetos para inserir o deficiente físico na sociedade. Na associação, periodicamente são realizados cursos de Sistema Braille, informática, matemática, além do curso de orientação e mobilidade.

De acordo com a coordenadora da sala braile, em Porto Velho apenas a Biblioteca Municipal Francisco Meireles tem um local especializado neste sistema.


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domingo, 1 de julho de 2012

Falta de divulgação de lei deixa vida de deficiente mais difícil


Motoristas de transportes públicos não permitem entrada do cão guia.
Lei garante ao deficiente o direito de ingressar em ambientes com o animal.


Ultrapassar as barreiras naturais impostas pela deficiência visual não é a única dificuldade na vida da jovem Camila Alves, de 22 anos. Dois anos após ganhar um cão guia que lhe proporciona maior liberdade de locomoção, Camila precisa lidar com mais restrições nas ruas do Rio de Janeiro do que na época em que usava bengala. Apesar da existência da lei 11.126, de 27 de junho de 2005, que permite ao usuário do cão guia ingressar em qualquer local com o animal, muitas vezes a jovem é impedida de entrar em táxis, ônibus e em alguns estabelecimentos em função da presença do cachorro.
Mesmo diante da negativa de motoristas ou seguranças, Camila insiste e tenta mostrar que está agindo de acordo com a lei. Segundo a jovem, o desconhecimento das pessoas devido à falta de divulgação da lei é o motivo de tanto transtorno em seu dia a dia.


“Quando eu estou indo pela primeira vez em um lugar é muito complicado. É difícil até hoje entrar num restaurante que eu nunca entrei, principalmente quando eu estou acompanhada. Às vezes tem um monte de gente e o que deveria ser a maior curtição, acaba dando problema. Na hora de voltar para casa e pegar um táxi é uma dificuldade”, diz Camila, ressaltando que, às vezes, liga para a cooperativa para não ficar na rua esperando um táxi e, mesmo assim, se depara com uma resposta negativa.

Deficiente visual desde os 15 anos por causa de um problema genético chamado retinose pigmentar, Camila precisou lidar com a perda progressiva da visão durante toda a infância. Nascida em uma cidade do interior de Minas, a jovem veio morar sozinha no Rio de Janeiro aos 18 anos, depois de passar no vestibular de psicologia da Universidade Federal Fluminense (UFF).


Desde então, Camila tinha o sonho de ter um cão-guia, já que o animal permite a estudante ter uma mobilidade maior. “Com a bengala eu precisava esbarrar nas coisas para saber que tinha alguma coisa ali. Já a Puca (nome da cadela) antecipa os obstáculos e eu ando o dia inteiro na rua sem esbarrar em nada”, afirma a jovem, que sai de Niterói pela manhã para fazer estágio no Centro do Rio, vai para a faculdade à tarde e só volta à noite pra casa.





Como precisa se locomover muito durante o dia, chegando a transitar por dois municípios, Camila enfrenta o mesmo problema com certa frequência. “Sexta-feira passada, por exemplo, estava saindo do show de encerramento da Cúpula dos Povos, no Aterro do Flamengo, e um motorista de ônibus disse que eu não podia entrar por causa do cachorro. Eram 23h e estava num ponto super deserto do Aterro”, lembra.

De acordo com a secretaria municipal da Pessoa com Deficiência, qualquer deficiente que for impedido de exerceu o seu direito, deve ligar para o telefone 1746 e fazer a denúncia. “A resposta é praticamente imediata. Esse tipo de coisa não pode e não deve acontecer, mas para tomarmos alguma medida punitiva precisamos tomar conhecimento das dificuldades desses deficientes”, disse a secretária Georgette Vidor, admitindo que o Rio ainda não tem nenhuma política de conscientização sobre o uso do cão-guia.
Segundo a secretaria municipal de Transportes do Rio, para minimizar os transtornos dos deficientes em geral, inclusive dos portadores de deficiência visual, foi criado um decreto que estabelece que até 2014 toda a frota esteja adaptada a essas pessoas. Atualmente, de acordo com a Rio Ônibus, cerca de 57%, dos 9.500 veículos existentes na cidade, estão adaptados.
Falta de divulgação da lei gera outros problemas
A falta de informação a respeito da lei favorece também no desconhecimento da atividade do cão-guia, o que gera mais transtornos não só para a estudante, como para qualquer usuário. Apesar do extremo cuidado e carinho com o animal, Camila destaca que é fundamental saber separar as coisas. “As pessoas não entendem que quando o animal está com o equipamento ele está trabalhando. Ela foi treinada para isso e qualquer distração pode provocar um acidente para mim e para ela também”, diz a jovem, ressaltando que as pessoas não devem falar ou tocar o cão-guia enquanto ele estiver guiando alguém.

Atualmente, existem 4 instituições grandes no Brasil que treinam cães-guia e apenas 10 animais são disponibilizados por ano em função da falta de investimentos. De acordo com o presidente do Cão Guia Brasil, George Domaz Harrison, a atividade de cão-guia é relativamente nova no Brasil e as instituições que treinam têm dificuldade em obter verba, já que o treinamento de um animal para essa finalidade é longo e caro.


“O ideal seria que o governo criasse linhas de fomento para que essa atividade fosse ampliada. Hoje, existe um projeto de lei tramitando para que toda a despesa relacionada ao cão-guia possa ser abatida em imposto de renda. Se esse projeto for aprovado, com certeza várias empresas se interessarão em patrocinar”, acredita George.



Segundo George, vender esse tipo de animal é inviável porque é preciso traçar o perfil do cachorro e do deficiente para verificar a compatibilidade entre eles. No caso de Camila, ela fez a inscrição para ganhar umo cão guia durante uma campanha promovida pelo programa Mais Você, da Rede Globo.

“A altura do cachorro, o tanto que o cachorro aguenta tracionar, a força que ele tem, o peso da pessoa, o ritmo de vida que a pessoa leva e o ritmo de vida do cachorro. Jamais uma pessoa aposentada poderia ficar com a Puca, porque ela é a mil por hora”, explica Camila. Como poucos cães são disponibilizados no país por ano, muitas vezes não um cachorro disponível para determinado usuário. “Para poder vender cão guia, precisaria ter 100 cães em treinamento”, diz George, que gasta em média R$ 30 mil para treinar um animal.
Adaptação entre usuário e cão guia é demorada
Apesar de ter realizado o sonho de obter um cão guia, o processo de adaptação entre Camila e Puca foi longo. No começo, segundo a estudante, Puca só atendia aos comandos do treinador e algumas vezes simplesmente recusava a obedecer seus comandos.


“Durante um mês fiquei com ela e com o treinador. No início tinha que tentar fazer com que ela aceitasse fazer as coisas comigo, pois ela estava acostumada com ele. Era muito cansativo para mim e para ela. Até que um dia dá um clique e de repente o cachorro começa a te levar, ter mais cuidado e desviar das coisas para te proteger”, diz a jovem.



Só a partir desse momento que Puca foi morar definitivamente com Camila. Mesmo assim, o primeiro ano foi marcado por alguns desencontros até chegar a sintonia que as duas têm hoje em dia. “Tem vezes que eu quase não preciso dizer a ela onde estou indo. Ela simplesmente vai e faz. Nesse sentido, isso me deu uma independência e uma autonomia muito maior”.

Veja o que determina a Lei federal n° 11.126, de 27 de junho de 2005
Dispõe sobre o direito do portador de deficiência visual de ingressar e permanecer em ambientes de uso coletivo acompanhado de cão-guia.

Art. 1o É assegurado à pessoa portadora de deficiência visual usuária de cão-guia o direito de ingressar e permanecer com o animal nos veículos e nos estabelecimentos públicos e privados de uso coletivo, desde que observadas as condições impostas por esta Lei.
§ 1o A deficiência visual referida no caput deste artigo restringe-se à cegueira e à baixa visão.
§ 2o O disposto no caput deste artigo aplica-se a todas as modalidades de transporte interestadual e internacional com origem no território brasileiro.
Art. 2o (VETADO)
Art. 3o Constitui ato de discriminação, a ser apenado com interdição e multa, qualquer tentativa voltada a impedir ou dificultar o gozo do direito previsto no art. 1o desta Lei.
Art. 4o Serão objeto de regulamento os requisitos mínimos para identificação do cão-guia, a forma de comprovação de treinamento do usuário, o valor da multa e o tempo de interdição impostos à empresa de transporte ou ao estabelecimento público ou privado responsável pela discriminação. (Regulamento)
Art. 5o (VETADO)
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