LER – DORT
A LER e DORT são as siglas para Lesões por Esforços
Repetitivos e Distúrbios Osteo-musculares Relacionados ao Trabalho, sendo
doenças caracterizadas pelo desgaste de estruturas do sistema
músculo-esquelético que atingem várias categorias profissionais.
Diferentemente do que ocorre com doenças não
ocupacionais, as doenças relacionadas ao trabalho têm implicações legais que
atingem a vida dos pacientes. O seu reconhecimento é regido por normas e
legislações específicas a fim de garantir a saúde e os direitos do trabalhador.
Tudo sobre LER -
DORT
- Sintomas da
LER - DORT
- Causas da
LER - DORT
- Diagnóstico
da LER - DORT
- Tratamento
da LER - DORT
- Prevenção
da LER - DORT
- Exercícios
para LER - DORT
Geralmente os sintomas são de evolução insidiosa
até serem claramente percebidos. Com freqüência, são desencadeados ou agravados
após períodos de maior quantidade de trabalho ou jornadas prolongadas e em
geral, o trabalhador busca formas de manter o desenvolvimento de seu trabalho,
mesmo que à custa de dor. A diminuição da capacidade física passa a ser
percebida no trabalho e fora dele, nas atividades cotidianas.
As queixas mais comuns do portador de LER - DORT são:
- Dor
localizada, irradiada ou generalizada,
- Desconforto,
- Fadiga,
- Sensação
de peso,
- Formigamento,
- Dormência,
- Sensação
de diminuição de força,
- Inchaço,
- Enrijecimento
muscular,
- Choques
nos membros e
- Falta
de firmeza nas mãos.
Nos casos mais crônicos e graves, pode ocorrer:
- Sudorese
excessiva nas mãos e
- Alodínea
(sensação de dor como resposta a estímulos não nocivos em pele normal).
A LER ou DORT são as manifestações de lesões
decorrentes da utilização excessiva, imposta ao sistema músculo-esquelético, e
da falta de tempo para recuperação. Lesões neuro-ortopédicas como as
tendinites, sinovites, compressões de nervos periféricos podem ser
identificadas ou não.
Os fatores de risco não são necessariamente as
causas diretas das LER - DORT, mas podem gerar respostas que produzem as LER –
DORT. Os fatores de risco não são independentes, interagem entre si e devem ser
sempre analisados de forma integrada. Envolvem aspectos biomecânicos,
cognitivos, sensoriais, afetivos e de organização do trabalho.
Os fatores incluem:
- Posto
de trabalho que force o trabalhador a adotar posturas, a suportar certas
cargas e a se comportar de forma a causar ou agravar afecções
músculo-esqueléticas.
- Exposição
a vibrações de corpo inteiro, ou do membro superior, podem causar efeitos
vasculares, musculares e neurológicos.
- Exposição
ao frio pode ter efeito direto sobre o tecido exposto e indireto pelo uso
de equipamentos de proteção individual contra baixas temperaturas (ex.
luvas).
- Exposição
a ruído elevado, entre outros efeitos pode produzir mudanças de
comportamento.
- Pressão
mecânica localizada provocada pelo contato físico de cantos retos ou
pontiagudos de objetos, ferramentas e móveis com tecidos moles de
segmentos anatômicos e trajetos nervosos provocando compressões de
estruturas moles do sistema músculo-esquelético.
- Posturas.
As posturas que podem causar LER-DORT possuem três características que
podem estar presentes simultaneamente:
- Posturas
extremas que podem forçar os limites da amplitude das articulações.
- Força
da gravidade impondo aumento de carga sobre os músculos e outros tecidos.
- Posturas
que modificam a geometria músculo-esquelética e podem gerar estresse
sobre tendões, músculos e outros tecidos e/ou reduzir a tolerância dos
tecidos.
- Carga
mecânica músculo-esquelética. Entre os fatores que influenciam a carga
músculo-esquelética, encontramos: a força, a repetitividade, a duração da
carga, o tipo de preensão, a postura e o método de trabalho. A carga
músculo-esquelética pode ser entendida como a carga mecânica exercida
sobre seus tecidos e inclui:
- Tensão
(ex.: tensão do bíceps);
- Pressão
(ex.: pressão sobre o canal do carpo);
- Fricção
(ex.: fricção de um tendão sobre a sua bainha);
- Irritação
(ex.: irritação de um nervo).
Para realizar o diagnóstico da LER – DORT, o médico
busca dados por meio da história clínica, levando em consideração as atividades
realizadas pela pessoa tanto no trabalho, quanto no lazer. Em seguida realiza
um exame físico geral, dedicando especial atenção aos locais afetados.
Exames complementares podem ser solicitados para
esclarecer o diagnóstico, incluindo:
- Radiografias,
- Ecografias,
- Eletroneuromiografia,
- Ressonância
magnética,
- Exames
laboratoriais para condições reumáticas, dentre outros.
O tratamento da LER – DORT têm início após um
diagnosticado correto e deve buscar uma abordagem integrada, ao invés de tratar
somente a sintomatologia:
- Medidas
ergonômicas visam
à melhoria do espaço físico e dinâmico de trabalho que não induzam ao
desenvolvimento da LER – DORT. Por vezes, pequenas adaptações fazem
grandes diferenças. As pausas programadas podem ser consideradas atitudes
ergonômicas benéficas.
- Exercícios
físicos são
benéficos e incluem tanto exercícios aeróbicos, como exercícios de
alongamento.
- Fisioterapia
é
muitas vezes empregada na redução da dor e na recuperação da função e dos
movimentos do membro afetado pela LER – DORT.
- Medicamentos
antiinflamatórios e analgésicos são utilizados para alívio da dor
aguda e crônica da LER - DORT. Devem ser utilizados com cautela e
recomendação médica.
- Medicamentos
corticóides são antiinflamatórios mais potentes, porém com mais
efeitos colaterais, merecendo atenção médica redobrada.
- Medicamentos
antidepressivos e outros agentes com ação no sistema nervoso central
são utilizados em quadros de dores crônicas provocadas pela LER – DORT ou
quando associadas a sintomas de humor e/ou ansiedade.
- Intervenção
cirúrgica é indicada para casos associados a mal formações e
deformidades ósteo-musculares irreversíveis ao tratamento medicamentoso.
- Identifique
tarefas, ferramentas ou situações que causam dor ou desconforto e converse
sobre elas com os profissionais da Comissão de Saúde Ocupacional e com sua
chefia.
- Faça
revezamento nas tarefas.
- Procure
aprender outras tarefas que exijam outros tipos de movimento.
- Faça
pausas obrigatórias de 10 minutos a cada 50 minutos trabalhados, evitando
ultrapassar 6 horas de trabalho diário de digitação.
- Auxilie
na identificação das posições incorretas e forçadas no trabalho. Ao mesmo
tempo, procure dar sugestões sobre o que fazer.
- Informe
claramente à sua chefia quando o tempo determinado para realizar uma
tarefa for reduzido.
- Diante
dos sintomas de dor ou formigamento nos membros superiores, procure um
médico.
- Procure
conhecer os recursos de conforto do seu posto de trabalho.
- Procure
adotar as posturas corretas.
- Levante-se
de tempos em tempos, ande um pouco, espreguice-se, faça movimentos
contrários àqueles da tarefa.
Estes exercícios são indicados para prevenção e
auxiliam no tratamento da LER – DORT
Abra as mãos e encoste as palmas em "posição
de rezar". Com os dedos juntos flexione os punhos e comprima uma mão
contra a outra. (frente do peito).
Aperte dedo contra dedo, alongando-os um por um
(polegar contra polegar, indicador contra indicador e assim por diante). Pode
ser feito com todos os dedos ao mesmo tempo.
Cruze o dedo com dedo (gancho) e puxe
alternando-os. Ex. polegar com médio, anular com mínimo. A variedade fica por
conta de cada um.
Feche bem as mãos como se estivesse segurando algo
com força. Em seguida estique bem os dedos.
Abra os dedos afastando-os o máximo possível. Feche
os dedos apertando-os com a mão esticada.
Faça "ondas" com a mão e os dedos. Como
se a mão estivesse serpenteando no ar.
Balance as mãos.
Gire os punhos em círculo, com as mãos soltas, no
sentido horário e anti-horário.
Referências
1. LER/DORT. Protocolo
de atenção integral à saúde do trabalhador. Ministério da Saúde. 2006.
2. Lesão por esforços
repetitivos. Comissão de saúde ocupacional. Universidade Federal do Paraná.
3. Przysiezny, WL.
Distúrbios Osteo-musculares relacionados ao trabalho: um enfoque ergonômico.
Universidade Federal de Santa Catarina.
Fonte: Pesquisa retirada do sítio: http://www.bancodesaude.com.br/ler-dort/ler-dort
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