sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Rapaz com paralisia cerebral e sua mãe se formam em direito no RN


Desde que tinha seis anos, Cristian Emanuel Oliveira de Vasconcelos, 24, quer ser promotor de Justiça. No último dia 16, ele deu mais um passo em direção à realização desse desejo. Ele se formou em direito em uma faculdade particular em Natal.

A comemoração teve duplo gosto de vitória: sua mãe, e companheira de estudos, Nilda de Oliveira e Silva, 60, também recebeu o diploma de bacharel.

Cego e com paralisia cerebral, Christian foi o motivo que fez a mãe voltar aos bancos escolares. "Comecei como acompanhante de Cristian, mas logo depois, senti a necessidade de estudar junto com ele porque não bastava só ler. Ele interpretava e debatia o assunto comigo", conta Nilda, que não esperava se tornar bacharel de direito nessa fase da vida.

"Se não fosse a ajuda da minha mãe, eu não teria conseguido fazer o curso", conta Christian, agradecido. "Eu quero atuar na área criminalística, e também no cumprimento dos direitos da pessoa com necessidade especial."

Nilda diz que nunca tratou o filho como alguém incapaz, apesar das limitações físicas: "Meu filho pode conseguir o que ele quiser e vou continuar incentivando-o. Tanto que o lado intelectual dele foi desenvolvido e ele não tem dificuldades de falar e de se articular. Só não enxerga e não anda porque não se equilibra".

Meu sonho é ser promotor de Justiça, mas sonho também em enxergar e andar. Um dia conseguirei realizar esses sonhos porque, para mim, nada é impossívelChristian Vasconcelos, 24, bacharel em direito, aprovado no Exame da OAB

Nos cinco primeiros anos de vida do menino, a família procurou tratamentos médicos para que ele enxergasse, mas não conseguiram alcançar esse objetivo. Por isso, Nilda resolveu investir no lado intelectual do filho.
Christian estudou em uma escola sem adaptações para cegos. No entanto, ele foi alfabetizado em braille aos seis, em um turno diferente do que estudava na escola.

Quando chegou o momento de fazer faculdade, a família toda se mudou de Senhor do Bonfim (BA) para Natal (RN), para que ele pudesse fazer a graduação em uma faculdade (Universidade Potiguar) que atendesse suas necessidades. Mesmo com um núcleo de apoio psicopedagógico na Universidade Potiguar, a falta de livros em braile fez com que Nilda começasse a ler para Christian.

Segundo a coordenação do curso, Vasconcelos foi um dos estudantes mais dedicados da graduação e obteve nota 10 no TCC (Trabalho de Conclusão de Curso). O tema do traballho dele foi "A pessoa com deficiência e o cumprimento de pena privativa de liberdade no sistema prisional em Natal".
"Ele sempre foi exemplo de superação aqui em casa e nunca tratei ele como uma criança limitada. Tentei dar atenção ao desenvolvimento intelectual dele para que ele se superasse e o resultado é só alegria", diz Nilda, cheia de orgulho.
 
Fonte: http://educacao.uol.com.br/noticias/2016/02/26/mae-e-filho-com-paralisia-cerebral-se-formam-juntos-em-direito-no-rn.htm
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terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Aplicativo transforma usuários em "olhos" de deficientes visuais

Imagine que você possa ser os "olhos" de um deficiente visual, ajudando esta pessoa com tarefas que vão de escolher a cor de uma camisa a alertar se a validade de um produto venceu. Foi com essa ideia na cabeça que o dinamarquês Hans Wiberg desenvolveu o aplicativo "Be My Eyes" ("Seja Meus Olhos", em tradução livre), que tem ajudado mais de 25 mil cegos no mundo todo.
Para testar o aplicativo, o BOL apresentou a ferramenta para Felipe Diogo, 30, jornalista e deficiente visual, que vive em São Bernardo do Campo (SP). Já de início, foram realizadas algumas chamadas. Na primeira, ele pediu auxílio sobre a cor de um tênis que gostaria de usar e conseguiu o atendimento de uma pessoa identificada como Rui, de São Paulo, que aproveitou para dizer o que o motivou a ser voluntário: "Acho importante ajudar todos que precisam."

Felipe avalia que o "Be My Eyes" facilita muito a ajuda aos deficientes visuais, mesmo com atividades consideradas simples pelo senso comum: "Infelizmente, nem todos os produtos possuem indicação em braile, ou, às vezes, você quer saber o detalhe de uma roupa. É nessa hora que o auxílio se torna importante. É louvável que voluntários disponham do seu tempo para o próximo."
Entretanto, em outra chamada teste, Felipe não conseguiu o que buscava. Ele pediu para um usuário ajudá-lo a encontrar a validade de um pacote de bolacha. Durante cinco minutos, o voluntário Peter deu indicações a Felipe sobre como direcionar a câmera para encontrar as informações na embalagem, mas, por conta de problemas com a câmera, não foi possível visualizar. Peter se desculpou, mas se prontificou a ajudar Felipe em outros atendimentos.
Nas tentativas seguintes, Felipe obteve sucesso, mas alertou sobre o tempo de resposta em alguns casos, nos quais ele chegou a ficar mais de cinco minutos aguardando ou teve que refazer a ligação. "O aplicativo depende da disponibilidade das pessoas para fazer o atendimento. Nessa demora, pode ser que quem quer ajuda vá procurar um outro recurso disponível ou um vizinho talvez. Mas, por se tratar de uma ação voluntária, acredito que vale a pena esperar", opina o jornalista.
Experiências positivas como a de Felipe ajudaram transformar o aplicativo, criado no primeiro semestre de 2015, em um sucesso. Hoje, ele está presente em 140 países e já conta com mais de 339 mil voluntários.

Wiberg, desenvolvedor do aplicativo, que também tem problemas de visão, conta que tudo começou com o uso do iPhone. "Eu utilizava o Facetime (aplicativo para chamadas em vídeo) e falei com alguns amigos cegos que também recorriam a esse recurso de conversação quando precisavam de alguma assistência, mas tínhamos que ligar para algum conhecido. Isso me fez pensar que poderíamos fazer o mesmo só que com um grupo de voluntários que respondesse as chamadas", conta.
Como qualquer voluntário e deficientes visuais em geral podem se cadastrar no aplicativo, surge uma preocupação em relação à qualidade na interação e também à segurança. Pensando em amenizar esses contrapontos, Wiberg recomenda o recurso da avaliação:  "Os usuários podem relatar e avaliar a qualidade do serviço prestado por cada voluntário. Se for identificado que algum usuário age de forma inapropriada, ele é banido do aplicativo. Felizmente, nós temos recebido mais feedbacks positivos do que negativos. Os usuários relatam que estão felizes em ajudar e serem ajudados."


Leonardo Ferreira, 28, técnico em tecnologia assistiva e analista de sistemas, também conta com a ajuda do aplicativo no seu cotidiano. Ele já usava o "Be My Eyes", desde que ouviu falar da novidade. "É uma evolução, uma inovação que vem de encontro ao que a gente sempre queria. Antes tinha que esperar um parente estar acordado para ajudar, para eles olharem coisas para a gente. Com o aplicativo, você aciona um botão, acha um voluntário, e ele te fala o que você precisa", conta.

Leonardo exemplifica o quão simples podem ser as interações: "Você está cozinhando, pega duas latas: uma é de ervilha, a outra é de milho. Então, você precisa saber qual das duas você deve abrir. Para isso, basta acionar o aplicativo, esperar o voluntário atender e mostrar. Isso já aconteceu comigo".

Antenado nas tecnologias de inclusão, o analista de sistemas lembra ainda que o "Be My Eyes" é só um dos aplicativos que facilitam a vida dos cegos. Antes, sem a tecnologia móvel, tarefas como esperar um ônibus, pegar um táxi, ir ao banco ou pedir comida eram bem difíceis de se realizar. Hoje, há aplicativos para tudo e o uso deles facilita e muito a vida dos deficientes. "Cada vez mais, ser cego é menos difícil", comemora.

Leia mais em: http://zip.net/bksV4d

Fonte: http://noticias.bol.uol.com.br/ultimas-noticias/tecnologia/2016/02/22/aplicativo-transforma-voluntarios-em-olhos-de-deficientes-visuais.htm
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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Normal É Ser Diferente - Grandes Pequeninos

             
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Nova etapa de formação em Braille a professores de AEE começa no próximo domingo

A Secretaria de Estado de Educação, Cultura e Esporte de Goiás (Seduce), por meio da Superintendência de Inteligência Pedagógica/Gerência de Ensino Especial – GEE, realiza mais uma etapa da Formação Continuada de professores para o ensino do sistema Braille. A capacitação acontece de 14 a 20 de fevereiro e contará com a participação das subsecretarias de Catalão, Morrinhos, Goiatuba, Itumbiara, Pires do Rio, Piracanjuba, Jataí, Rio Verde, Mineiros, Quirinópolis e Santa Helena.

Conforme os organizadores,  essa formação está sendo realizada, gradativamente, em todas as subsecretarias do estado, com o objetivo de melhor habilitar professores que atuam no Atendimento Educacional Especializado (AEE) a estudantes com deficiência visual, por meio das salas de recursos multifuncionais das unidades educacionais estaduais.

Segundo a gerente de ensino especial da Seduce, Lorena Resende Carvalho, ao longo dos dezesseis anos de educação inclusiva em Goiás, tem-se confirmado a potencialidade dos alunos com deficiência e sua capacidade de aprendizado e desenvolvimento. Para ela, "está claro que o limite sensorial característico da deficiência visual não é obstáculo à capacidade de aprender dos alunos com tal perfil e por isso a capacitação dos professores é tão importante", afirma a gerente.  

Desta forma, com essa formação, a Seduce espera possibilitar aos participantes maior conhecimento sobre as especificidades de aprendizagem do aluno cego, bem como promover o desenvolvimento de novas estratégias e procedimentos que rompam  barreiras e facilitem o acesso ao conhecimento por parte do público com deficiência visual matriculado nas escolas estaduais.

A Formação Continuada para o Ensino do Sistema Braille acontecerá no Hotel Biss 'Inn, situado à Avenida Anhanguera, 2.913, Setor Universitário, em Goiânia.

A abertura será às 8 horas do dia 14 de fevereiro e o encerramento no dia 20 de fevereiro.
Mais informações pelos fones 3201 3119/3122 – Equipe do Departamento Pedagógico da Gerência de Ensino Especial.

Fonte:  http://portal.seduc.go.gov.br/SitePages/Noticia.aspx?idNoticia=1793
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