segunda-feira, 15 de abril de 2013

Cega há 30 anos, mulher aprende a fazer bordados e crochês em Goiás


Dona de casa entrou em oficina para tentar superar a morte da mãe.
Ela aprendeu o ofício em um programa social do município de Porangatu.



A dona de casa Nilda Belchior, que perdeu completamente a visão há mais de 30 anos, aprendeu a fazer bordados e crochês para superar a morte da mãe. O aprendizado se deu em um programa social voltado para senhoras da terceira idade, em Porangatu, região norte de Goiás.
Incentivada pela irmã, Nilda resolveu participar da oficina. "Estava muito triste dentro de casa porque tinha perdido minha mãe. Para não ficar sozinha, eu fui com ela participar e gostei. A professora me ensinou e estou muito mais alegre depois ter vindo para cá", disse a dona de casa, que está no curso há quase dois anos.
O começo foi complicado. Nilda pensou que não conseguiria acompanhar as outras colegas. Porém, ela rapidamente aprendeu a fazer o crochê em malha. O esforço impressiona a todos e rende belos tapetes.
Para a irmã de Nilda, Maria Helena Belchior, a dona de casa é um exemplo de superação a ser seguido.
"Sempre acreditei que ela ia conseguir. No início, ela ficou com medo, mas a gente dava força e em uma semana já estava fazendo. Ela é um exemplo de que não podemos baixar a cabeça por mais difícil que seja o problema", afirma Maria Helena.
O grupo do qual Nilda participa tem cerca de 30 senhoras. Francimar Andrade, monitora da oficina, explica que mais do que aprender uma nova tarefa, o convívio com as colegas também é importante.
"Elas vem também para conversar umas com as outras, pra não ficar sozinhas em casa. Chegam meio tristes e saem daqui felizes, além de deixar a gente muito alegre", analisa.

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terça-feira, 9 de abril de 2013

Aplicativo de lelular transforma som, texto e imagem em libras


Start up traduz texto, som e imagem para a linguagem de libras (Foto: Hand Talk/Divulgação)

Aplicativo alagoano Hand Talk é eleito o melhor do mundo em concurso.


A bandeira de Alagoas esteve em destaque no palco do maior prêmio de tecnologia móvel do mundo. O aplicativo Hand Talk (Mãos que Falam), criado por três jovens alagoanos foi escolhido nesta terça-feira (5), o melhor na categoria Inclusão Social do prêmio WSA-Mobile em um concurso promovido pela ONU, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes.
O aplicativo, que tem o objetivo de levar inclusão social a deficientes auditivos, concorreu com outros quatro aplicativos na categoria.
Em Abu Dahbi desde o dia 2 de fevereiro, os sócios criadores do Hand Talk, Ronaldo Tenório, Carlos Wanderlan e Thadeu Luz afirmaram estar bastante ansiosos com a premiação.
Ao saberem o resultado, os jovens fizeram questão de levar a bandeira de Alagoas para o palco onde fizeram os agradecimentos aos familiares, amigos e ao secretário de Tecnologia de Alagoas, Eduardo Setton.
"A sensação é indescritível. Um beijo para todos que torceram por nós, familiares, amigos", falou, emocionado, Ronaldo Tenório.
Jovens estamparam a bandeira de Alagoas durante a comemoração (Foto: Divulgação/ Ronaldo Tenório)Alagoanos estenderam a bandeira do estado durante a premiação (Foto: Arquivo pessoal/ Ronaldo Tenório)
Segundo o empresário e investidor anjo, João Kepler, durante os dias de exposição, o stand do Hand Talk foi um dos mais procurados. Oitenta jurados votaram na premiação.
Tecnologia 3D
Hugo. Esse é o nome do boneco de aparência simpática que será o interlocutor entre o Hand Talk e os deficientes auditivos usuários da tecnologia. Os criadores realizaram estudos de linguagem corporal e tiveram o cuidado de garantir que Hugo fosse um personagem atrativo.

Veja como funciona o aplicativo clicando aqui.
“Usamos uma tecnologia 3D, onde chegamos à conclusão que Hugo deveria ser magro, com uma cabeça grande e dedos finos para facilitar na gesticulação”, disse o arquiteto e chefe de operações do Hand Talk, Thadeu Luz, 27.
Aplicativo criado por três jovens alagoanos foi escolhido o melhor do mundo no prêmio de tecnologia (Foto: Divulgação/Ronaldo Tenório)
Jovens empreendedores momentos antes da
premiação (Foto: Arquivo pessoal/Ronaldo Tenório)
De acordo com ele, o aplicativo não é só um dicionário ou tradutor gramatical da língua portuguesa para libras. “Através de uma biblioteca de animação, programada por um conjunto de mais de 300 palavras, o Hand Talk converte dados de texto, som e imagem que são traduzidos em libras pelo Hugo”, contou.
Concurso
Considerado o Oscar da tecnologia móvel, o WSA-mobile contempla e promove os projetos com melhores conteúdos e aplicativos on-line em diversas categorias. Entre os 435 projetos de 102 países inscritos gratuitamente no prêmio, o Hand Talk e o MyFunCity são os únicos representantes brasileiros na disputa. A escolha do melhor app aconteceu através de votação no site da WSA.

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quarta-feira, 3 de abril de 2013

Adolescente com Síndrome de Down estabelece recorde no Everest


Jovem de 15 anos dos EUA foi o primeiro a alcançar o Campo Base Sul.
Ele chegou ao campo de 5.364 metros de altura após 10 dias de escalada.


Um americano de 15 anos se tornou o primeiro adolescente com síndrome de Down a alcançar o Campo Base Sul do Everest, de acordo com seu pai, em uma tentativa de inspirar atitudes diferentes a respeito de seu distúrbio genético.
Eli Reimer, do Oregon, chegou ao campo de 5.364 metros de altura nas montanhas do Himalaia, no Nepal, em março, após 10 dias de escalada.
"Uma parte do objetivo da expedição era ter pelo menos um montanhista com deficiência conosco e, com sua tentativa, destacar as capacidades dos 'des'-capacitados", declarou o pai do jovem, Justin, integrante da expedição.
A escalada também foi um projeto para arrecadar fundos para a Fundação Elisha, fundada pelos pais de Eli.
Eli seria o primeiro adolescente a chegar ao Campo Base, mas um britânico de 35 anos com síndrome de Down já havia feito a mesma viagem.
A síndrome de Down, um distúrbio genético pelo qual a pessoa tem um cromossomo adicional, pode provocar problemas cognitivos, mas os últimos progressos da medicina, educação e inclusão social têm permitido que muitos possam viver de modo independente ao chegar à idade adulta.
"Agora (Eli) é uma espécie de superestrela no colégio", afirmou o pai.
"Gostei da vida no campo base e de estar com meus novos amigos da equipe de alpinismo", disse Eli.

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terça-feira, 2 de abril de 2013

Com página no Facebook, garota autista tira dúvidas de pais.

Thamires Andrade Do UOL, em São Paulo

 Carly Fleischmann foi diagnosticada aos dois anos de idade com autismo severo e aos 10, a garota começou a se comunicar com os pais com a ajuda de um computador. As primeiras palavras digitadas foram "help teeth hurt" (socorro dor no dente, em inglês). A partir desse momento, Carly encontrou o computador como um aliado para expor como se sentia e usa as redes sociais, Facebook e Twitter, para ajudar na conscientização sobre o transtorno e responder a perguntas de familiares de autistas. Ao todo, a garota tem mais de 100 mil seguidores em suas redes sociais. 

O comportamento de Carly é visto pelos especialistas como uma boa maneira de entender o mundo vivenciado pelos autistas, mas os pais de crianças diagnosticadas com a síndrome não devem esperar um comportamento semelhante de seus filhos. "Existem diferentes graus dentro do transtorno autista, isto é, pode haver um menor ou maior prejuízo na tríade: alterações na interação social, na linguagem e no comportamento. Assim, não há como generalizar o comportamento e percepções de Carly para outros casos", alerta Juliana Fernandes, professora do curso de psicologia do Centro Universitário Celso Lisboa. 

De acordo com Alexandre Costa e Silva, psicólogo e presidente da Casa da Esperança, a iniciativa de Carly de responder aos pais de crianças autistas é válida e positiva, mas é preciso ter cuidado para não relativizar essa experiência. "É útil escrever sobre sua própria experiência e ajudar pessoas, mas é como ler um livro de autobiografia - parte daquilo pode-se aproveitar, pois é comum, enquanto outros casos é preciso relativizar, pois é uma experiência única vinda da pessoa", pondera. Ou seja, nem toda criança autista conseguirá se comunicar perfeitamente com ajuda do computador. "Todo cérebro é diferente entre si e os pais não devem desistir de fazer seus filhos se comunicarem", afirma Costa e Silva. Para Fernandes, os pais e educadores devem verificar se a criança com a síndrome tem interesse pela tecnologia. "Os educadores e pais podem utilizar a tecnologia para auxiliar no treinamento comportamental, em atividades pedagógicas, tais como cores, letras e números e formação de palavras; auxiliar no treinamento de reconhecimento de expressões faciais e relacionar aos sentimentos", exemplifica.


Com um vídeo, Carly ajuda a mostrar como é o mundo sob a ótica do autismo. No início, a garota sofre por não conseguir comunicar ao pai que tem vontade de tomar café, e não suco de laranja ou chocolate quente, como ele oferece. Os sons e estímulos do ambiente são excessivos para a garota, que também observa os olhares de estranheza dos clientes do café. "Muitos autistas verbais colocam essa experiência que deve ser levada a sério. 


O autismo é uma dificuldade de comunicação, mas a pessoa tem uma elaboração rica dentro de si e não consegue dominar o conjunto de símbolos e sinais viáveis para transmissão, por isso joga as coisas no chão", conta Costa e Silva. Os conselhos da garota não devem ser tomados do ponto de vista absoluta. "É um conhecimento empírico, construído por meio da experiência, e não tem validade científica, mas sim experimental", finaliza Costa e Silva. 

Veja algumas perguntas enviadas à Carly por parentes de crianças autistas: - Meu filho de seis anos fica triste e chora com frequência. Você tem alguma sugestão de como eu posso descobrir o que está errado? 

Carly: Pode ser muitas coisas. Será que ele está tomando algum medicamento? Eu tive muitas mudanças extremas de humor, como chorar e sentir raiva sem motivo, por causa da medicação. Também poderia ser algo que aconteceu mais cedo ou dias atrás e que ele está processando apenas agora. - Alguma vez você gritou aparentemente sem motivo? Por exemplo, você parecia feliz e relaxada, mas de repente começou a gritar? Minha filha faz isso às vezes e eu estou tentando descobrir o porquê. 

Carly: Ela está fazendo uma filtragem dos sons e quebrando os ruídos e conversas que tem ouvido ao longo do dia. Além dos gritos, você pode nos ver chorando ou rindo, tendo convulsões e até manifestando raiva. É a nossa reação ao, finalmente, entender as coisas que foram ditas e feitas no último minuto, dia ou até mês passado. Sua filha está bem. 

- Será que você poderia me dizer por que meu filho de quatro anos de idade (que tem autismo) grita no carro cada vez que paramos em um semáforo. Ele está bem enquanto o carro se move, mas, uma vez que paramos, ele grita. 

Carly: Eu amo longas viagens de carro, elas são uma ótima forma de estímulo sem você precisar fazer nada. O movimento do carro e cenário visual passando por ele permite que você bloqueie qualquer outra entrada sensorial e se concentre em apenas uma. Meu conselho é colocar uma cadeira de massagem no banco do carro. Assim, quando ele parar, seu filho ainda estará sentindo o movimento. Você pode também colocar um DVD mostrando um cenário em movimento. 

- Você pode me dizer porque meu filho cospe todo o tempo? Ele tem todos os outros tipos de comportamento também: bater a cabeça, rolar, balançar os braços, mas o cuspe é asqueroso e realmente faz com que as pessoas queiram ficar longe dele. Alguma ideia? 

Carly: Eu nunca cuspi, quando era criança. No entanto, eu babava, e sentia como se cuspisse. Hoje eu percebo que eu nunca soube como engolir a saliva. Eu nunca usei minha boca para falar, e por isso, nunca usei os músculos da boca. Quando você tem saliva presa na sua boca, existem poucas maneiras de se livrar do desconforto. Tente dar a ele alguns doces por duas semanas. Isso vai fortalecer os músculos e ensina-lo a engolir a saliva.


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Ministério da Saúde lança hoje política de atendimento a autista


Documento tem como objetivo principal fazer o diagnóstico precoce e a reabilitação desses pacientes no SUS


No Dia Mundial de Conscientização do Autismo, o Ministério da Saúde lança hoje a primeira política de saúde pública voltada especificamente para esse grupo, com diretrizes especiais. Estima-se que 1% da população tenha algum grau de autismo.
Segundo o secretário de Atenção à Saúde, Helvécio Magalhães, o documento com as diretrizes demorou cerca de dois anos para ser elaborado. O objetivo do ministério é capacitar profissionais de saúde - especialmente os da rede básica - para focar no diagnóstico precoce e na reabilitação desses pacientes.
O documento inclui uma lista com vários indicadores de desenvolvimento para serem observados em crianças de até 3 anos: interação social, linguagem, brincadeiras e alimentação. O material mostra como ocorre o desenvolvimento esperado e apresenta os sinais de alerta. Por exemplo: após os 3 meses de idade, a criança já identifica a fala de seu cuidador, mostrando reações corporais e atenção. Já a criança com transtorno do espectro autista pode ignorar ou apresentar pouca resposta aos sons de fala, o que é um sinal.
"Esse documento será distribuído para todas as unidades de saúde do País para que os profissionais aprendam a identificar os sinais de alerta. Um próximo passo será 'traduzir' essas orientações de forma mais didática para as famílias", diz.
Segundo Magalhães, os pacientes mais graves serão tratados em Centros Especializados de Reabilitação (CER). Hoje existem 22 CER em construção, 23 em habilitação e 11 convênios de qualificação para que entidades que passarão a receber repasse do ministério para esse atendimento. Ao todo, serão investidos R$ 41,2 milhões ao ano para o custeio.
Marisa Fúrio Silva, presidente da Associação Brasileira de Autismo (Abra), diz que as entidades de pais de autistas esperaram por anos essa diretriz. "Até então, não havia uma política específica de atendimento no SUS para essas pessoas. Elas eram atendidas por ONGs ou serviços de saúde mental. Esse reconhecimento era nossa grande luta."
Segundo Marisa, o diagnóstico precoce é fundamental para que essas crianças sejam incluídas no meio social com mais facilidade. "Um dos principais problemas dos autistas é a dificuldade de comunicação. E o tratamento era muito caro. Agora, com o governo reconhecendo, o SUS deve liberar verbas para isso."

Fonte:  http://estadao.br.msn.com/ciencia/minist%C3%A9rio-da-sa%C3%BAde-lan%C3%A7a-hoje-pol%C3%ADtica-de-atendimento-a-autista



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